O cenário externo positivo favoreceu um pregão de recuperação das ações brasileiras nesta segunda-feira, 26. Apoiado na queda do dólar, na alta do petróleo e das bolsas internacionais, o Índice Bovespa já iniciou o dia em terreno positivo e fechou em alta de 1,80%, alcançando os 62.188,08 pontos. As estrelas do dia foram as ações do setor financeiro, cujos preços vinham sendo prejudicados pelas incertezas do cenário doméstico. Apesar do noticiário político escasso, a crise no governo continuou presente nos negócios, mantendo o investidor retraído. O volume negociado somou R$ 5,7 bilhões, ante R$ 8,1 bilhões da média diária de junho.
“Foi um dia de recuperação de ações, seguindo muito mais o mercado externo do que qualquer outra coisa. No cenário doméstico, o clima é de expectativa pela votação da reforma trabalhista na CCJ do Senado e da denúncia da Procuradoria-Geral da República”, disse Roberto Indech, analista da Rico Corretora.
Entre as 59 ações que compõem o Ibovespa, a maior alta foi de Banco do Brasil ON, que avançou 5,85%. A ação do BB, que reflete em boa parte o risco político e teve quedas superiores à média do mercado nos últimos dias. Bradesco PN, com avanço de 4,51%, foi a segunda maior alta do Ibovespa.
A notícia da condenação do ex-ministro Antonio Palocci pelo juiz Sérgio Moro foi bem recebida por uma parcela de analistas do mercado, que aposta no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como sendo “o próximo da fila”. A expectativa em torno de uma condenação de Lula se justifica pelo receio de vitória do petista nas eleições de 2018, o que sinalizaria um revés na aprovação da reforma da Previdência, que muitos já consideram tarefa para o próximo governante. Uma candidatura de Lula somente seria inviabilizada no caso de uma condenação confirmada em segunda instância.
De volta à análise por ações, também foram destaque os papéis da Petrobras, que subiram 1,55% (ON) e 2,85% (PN), alinhadas à alta dos preços do petróleo no mercado internacional. Vale ON e PN (+0,84% e +1,50%) também contribuíram para o resultado final do índice. A queda do dólar foi outro fator positivo apontado no dia, embora tenha penalizado ações de empresas exportadoras, como Embraer ON (-1,77%), maior queda do Ibovespa.