Cidades

Indígenas da etnia Kaimbé promovem encontro cultural pela em Guarulhos

Crédito: Aline Moraes

Presentes em todo o Estado de São Paulo, os indígenas da etnia Kaimbé realizam neste domingo (13), entre 09h e 17h, o 4º encontro cultural pela resistência no CEU Paraíso/Alvorada em Guarulhos, SP. Com cantos e danças tradicionais, exposição de artesanato e troca de saberes, o objetivo é contribuir para o fortalecimento de sua cultura que integra a sociedade, com palestras sobre saúde, educação, política e meio ambiente.

O foco do evento é gerar um despertar da população para a presença urbana dos indígenas, que têm sua diversidade cultural em grandes metrópoles. Além do povo Kaimbé, o espaço abrigará expressão artística da resistência indígena de outras etnias que vivem em Guarulhos e na Grande São Paulo.

Histórico de Resistência

O povo Kaimbé tem um histórico de apresentações nos espaços urbanos desde 2007. Sua trajetória é marcada pela realização de grandes encontros culturais em escolas públicas, praças e parques nas cidades de Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos e Itaquaquecetuba. Hoje, há cerca de 180 famílias da etnia Kaimbé no Estado de São Paulo.

Trajetória do Povo Kaimbé

Os indígenas Kaimbé têm raízes na aldeia mãe “Massacará” no município de Euclides da Cunha, cidade do sertão baiano. Localizada entre as bacias do rio Itapicuru e Vaza Barris, nas imediações da igreja católica da Santíssima Trindade.

A cidade foi fundada pelos Jesuítas em meados de 1638, mas a aldeia Massacará foi tomada por fazendeiros que se apossaram das terras e se beneficiaram com mão de obra semi escrava. Após a invasão, os Kaimbé alocaram-se às margens do rio São Francisco e migraram para o entorno de Euclides da Cunha, antes chamada de Cumbe.

Vários conflitos ocorreram entre os Kaimbé e fazendeiros até meados dos anos de 1980, com o assassinato de vários indígenas da etnia. Somente após 1990, os indígenas Kaimbé tiveram a demarcação de suas terras na região e puderam viver sua cultura de forma menos conflituosa.

A migração de indígenas do nordeste para São Paulo ocorreu em um contexto de guerra e fome, resultado do massacre ocasionado pela destruição da região ao longo dos anos. Essas circunstâncias fortaleceram a luta e busca por sobrevivência e protagonismo que resistem até os dias de hoje.

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