Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 5,920 bilhões em fevereiro, segundo informou nesta quarta-feira, 23, o Banco Central. O resultado é mais do que o suficiente para cobrir o rombo de US$ 1,919 bilhão verificado no saldo das transações correntes do mês.
O valor total também ficou acima das estimativas apuradas pelo AE Projeções com instituições financeiras, que iam de US$ 2,950 bilhões a US$ 5,500 bilhões, com mediana de US$ 4,900 bilhões.
Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de fevereiro ficaria em US$ 4,5 bilhões. A estimativa da autarquia foi feita com base nos números até 19 de fevereiro, quando o País havia recebido US$ 3,3 bilhão em recursos externos.
No primeiro bimestre de 2016, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 11,375 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 77,563 bilhões, o que representa 4,48% do Produto Interno Bruto (PIB).
Investimento em ações
O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 871 milhões em fevereiro, conforme informou o Banco Central. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido positivo, em US$ 1,181 bilhão. No acumulado do ano, o saldo está no azul em US$ 874 bilhões.
Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 3,912 bilhões em fevereiro e em US$ 5,105 bilhões no acumulado do bimestre. Em fevereiro do ano passado, essas aplicações estavam positivas em US$ 2,871 bilhões e, no acumulado do primeiro bimestre de 2015, negativa em US$ 13,506 bilhões. O saldo do ano foi de US$ 16,296 bilhões no ano passado.
O aumento da procura por esses títulos teve início em junho de 2013, quando o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) sobre esse tipo de aplicação. Mais recentemente, o ciclo de aperto monetário aumentou o diferencial de juros entre o Brasil e o restante do mundo, tornando as aplicações brasileiras de renda fixa mais interessantes para os estrangeiros.
Taxa de rolagem
O Banco Central informou que taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 55% em fevereiro. Esse patamar significa que não houve captação de valor em quantidade similar para rolar compromissos das empresas no período. O resultado ficou abaixo do verificado em fevereiro do ano passado, quando a taxa havia sido de 97%.
De acordo com os números apresentados nesta quarta pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo, antes chamados de “bônus, notes e commercial papers” ficou em 30% em fevereiro. Em igual mês de 2015 havia sido de 36%. Já os empréstimos diretos atingiram 69% no mês passado ante 112% de fevereiro do ano passado.
No acumulado do ano, a taxa de rolagem total ficou em 40%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 30% e os empréstimos diretos, de 43% no período.