O investimento do governo Geraldo Alckmin (PSDB) na manutenção e na expansão da rede de metrô na capital caiu 30% no ano passado. Balanço recém-divulgado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) mostra que a estatal investiu R$ 2,34 bilhões em 2016, o menor valor dos últimos cinco anos. Em 2015, o aporte foi de R$ 3,3 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.
A queda dos investimentos, segundo o Metrô, se explica por dois fatores: o avanço físico das obras para uma etapa final que exige menos recursos, como a extensão da Linha 5-Lilás, que deve ter 9 das 10 estações concluídas neste ano; e a paralisação temporária das obras das linhas 4-Amarela e 17-Ouro (monotrilho) após rompimento de contrato com as empreiteiras. Para este ano, o plano é investir R$ 3 bilhões.
O balanço do Metrô revela ainda que, em 2016, a companhia transportou na sua rede 10,3 milhões de passageiros a menos do que em 2015, totalizando 1,1 bilhão de usuários. A média nos dias úteis caiu 2,4%, de 3,8 milhões para 3,7 milhões de passageiros, a menor em cinco anos. Segundo a companhia, a queda foi reflexo da recessão econômica do País, que aumentou o desemprego na capital.
Por outro lado, o Metrô registrou um aumento de 112% nos subsídios repassados pelo governo pelas gratuidades oferecidas pela companhia a desempregados, idosos, estudantes e passageiros com deficiências, que chegou a R$ 598 milhões no ano passado. O aumento, segundo a estatal, é consequência da redução da isenção para idosos a partir de 60 anos e da adoção do passe livre estudantil a partir de 2014 e 2015, respectivamente.
Investimentos
A obra de extensão de 10,9 km da Linha 5-Lilás, da Estação Adolfo Pinheiro (Santo Amaro) até a Chácara Klabin, na zona sul paulistana, foi a que recebeu o maior volume de investimentos (R$ 1,2 bilhão). O Metrô prevê inaugurar as Estações Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin em julho próximo e outras seis até o fim do ano. Já a Estação Campo Belo ficou para 2018. Todo esse trecho havia sido prometido para 2014 por Alckmin.
O segundo maior investimento (R$ 518 milhões) foi feito nas obras da Linha 15-Prata, o monotrilho da zona leste, que também havia sido prometido para 2014 com 26,6 km de extensão e 18 estações até Cidade Tiradentes, mas foi reduzido e agora deve ser concluído com 15,3 km até Iguatemi, em 2021.
Já as obras das Linhas 4 e 17, que foram retomadas no segundo semestre de 2016 após rompimento de contrato com as empreiteiras, receberam os menores investimentos: R$ 147 milhões e R$ 137 milhões, respectivamente. Inicialmente prevista para 2014, a Linha 17 (Congonhas-Morumbi) deve entrar em operação em 2019 com menos da metade da extensão. Já a extensão da Linha 4 até Vila Sônia ficou para 2020. Neste ano, o Metrô prevê entregar as Estações Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie.
Tarifa
O governo Alckmin decidiu ontem aplicar a partir do próximo sábado o reajuste de 14,8% na tarifa integrada entre ônibus e trilhos (trem e metrô), que passará de R$ 5,92 para R$ 6,80. Os bilhetes temporais, como o mensal, sofrerão reajuste de até 35,7%. A tarifa básica permanece congelada em R$ 3,80.
O aumento chegou a entrar em vigor no dia 8 de janeiro, mas foi barrado pela Justiça logo em seguida, com base em liminar movida por deputados estaduais do PT. A suspensão, contudo, foi derrubada na sexta-feira pela presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz. O governo Alckmin alegou que a suspensão do reajuste provocaria um prejuízo de R$ 404 milhões ao sistema neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.