Economia

Investimentos recuam 3,0% em janeiro ante dezembro, diz Ipea

Após esboçarem uma reação em dezembro do ano passado, os investimentos no País voltaram a recuar no início de 2017, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve queda de 3,0% em janeiro deste ano ante o mês anterior, na série com ajuste sazonal.

Na comparação com janeiro de 2016, o indicador registrou queda de 4,9%. No acumulado de doze meses, a retração chega a 9,0%. Em dezembro do ano passado, o indicador havia registrado crescimento de 2,3%, interrompendo uma sequência de cinco recuos consecutivos. De acordo com o Ipea, o recuo de janeiro reforça o comportamento instável dos investimentos.

Em nota no blog Carta de Conjuntura, o técnico de planejamento e pesquisa Leonardo Mello de Carvalho diz que o resultado reverteu o aumento verificado no período anterior, e deixa um carregamento estatístico (carryover) de -1,9% para o primeiro trimestre de 2017. Ou seja, caso a FBCF apresente crescimento nulo nos meses de fevereiro e março, deverá encerrar o primeiro trimestre do ano registrando contração de 1,9% sobre o período anterior, também na série ajustada sazonalmente.

O recuo entre os meses de dezembro e janeiro foi consequência do mau desempenho do consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – estimativa dos investimentos calculada pela produção industrial doméstica mais importações, menos as exportações. Após a alta de 2,6% no período anterior, esse indicador caiu 6,6%. Já o indicador de construção civil avançou 0,6% frente a dezembro, ainda na comparação com ajuste sazonal. Contra o mesmo mês do ano passado, tanto o Came quanto o indicador de construção civil apresentaram retração, com quedas de 9,8% e 2,7%, respectivamente.

De acordo com o Ipea, outro importante fator que ajuda a explicar o mau resultado na comparação mensal, também na série com ajuste sazonal, foi o comportamento das importações de bens de capital, que caíram 12,4% em janeiro, após alta de 10,2% em dezembro de 2016.

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