Apesar da estagnação da economia e dos efeitos da Operação Lava Jato sobre as grandes obras do País o IRB Brasil Re projeta atingir R$ 3,756 bilhões em prêmios emitidos em 2015, um crescimento de 16,9% sobre o ano passado. Desse montante, R$ 3,089 bilhões devem ser emitidos no mercado doméstico. Maior ressegurador da América Latina, o IRB aposta também em um salto de 93,6% nos prêmios emitidos no exterior, atingindo R$ 666,8 milhões no ano.
De janeiro a março o lucro líquido do ressegurador somou R$ 130 milhões, quase três vezes o registrado em igual período de 2014. Nos três primeiros meses do ano o valor dos prêmios emitidos no mercado doméstico quase dobrou, saindo de R$ 343 milhões no primeiro trimestre de 2014 para R$ 676 milhões.
A atuação do IRB no exterior mostrou bom desempenho no primeiro trimestre, com aumento de quase sete vezes nos prêmios emitidos em outros países. Foram R$ 163 milhões, ante R$ 25 milhões em igual período do ano passado. O montante corresponde a 20% da carteira do IRB no trimestre. “Estamos compensando negócios que não estão sendo feitos aqui com outros lá fora”, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o vice-presidente do IRB José Carlos Cardoso.
O executivo admite que o escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato e que atinge a Petrobras e grandes empreiteiras do País tem levado a uma redução de contratos de risco de engenharia e de garantia de grandes obras. Do ponto de vista de sinistros e indenizações por problemas na entrega de obras e serviços, Cardoso acredita que isso pode ser minimizado pela aquisição de companhias em dificuldades financeiras por outros players. Questionado sobre a exposição do IRB à Operação Lava Jato, Cardoso afirmou que esse é um cálculo difícil de se fazer e que dependerá dos desdobramentos a médio prazo.
Em 2014 o setor de resseguros no Brasil teve uma expansão de 10%, atingindo R$ 9 bilhões em prêmios. Durante a abertura do 4º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, na terça-feira, 14, o diretor técnico da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Danilo Silva, afirmou que a expectativa para este ano é que o setor continue crescendo, mas a uma taxa inferior a de anos anteriores, diante do desaquecimento da economia.
O órgão está discutindo mudanças regulatórias para o setor de resseguros. Entre os pontos em estudo estão a regulamentação da retrocessão – repasse de parte dos riscos e prêmios para resseguradoras no exterior – e a edição de uma circular para a formalização contratual de ações de resseguros.