O resultado do encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA)levou as taxas de juros para baixo nesta quarta-feira, 17. Elas reagiram ainda ao recuo do dólar que se seguiu ao mesmo statement. As taxas intermediárias, no entanto, demoraram a ceder, ainda influenciadas por declarações do diretor de Assuntos Internacionais, Tony Volpon, em Londres.
O Fed trouxe que o aumento de juros em 2015 é certo para 15 dos 17 dirigentes, mas Janet Yellen depois declarou que a economia ainda não reúne as condições ideais para um aumento das taxas. Além disso, o mercado gostou da informação de que a autoridade monetária reduziu sua projeção de juro médio no fim de 2016 e 2017, indicando um aperto monetário gradual.
No final da sessão regular, o contrato para outubro de 2015 fechou em 14,000%, de 14,009% ontem. O contrato de janeiro de 2016 terminou em 14,23%, na mínima, de 14,27% ontem. O janeiro de 2017 acabou em 13,93%, também na mínima, de 13,96%. O contrato para janeiro de 2021 terminou também na mínima, em 12,77%, de 12,84% no ajuste.
As taxas intermediárias eram as únicas reticentes em acompanhar o desenrolar do encontro do Fed nesta tarde, mas até mesmo elas acabaram cedendo num dado momento. As declarações do diretor do BC Tony Volpon de que o compromisso do BC é com inflação em 4,5% e não 5,5% pressionaram as taxas intermediárias mais cedo. Além disso, ele disse que a meta de superávit primário de 2015 e de 2016 é factível. Hoje, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sugeriu redução para 0,6% em 2015.
Na ponta curta da curva, o recuo do dólar favoreceu o movimento de queda das taxas. Na longa, a baixa do yields dos Treasuries também influenciou o movimento. As 16h21, o juro do T-note de dez anos estava em 2,3095%. O dólar fechou em queda de 1%, a R$ 3,0610, menor preço desde 21 de maio (R$ 3,041).
Vale destacar que o cenário político doméstico ficou na mira dos agentes. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje desconhecer que alguns setores ficarão de fora do projeto de lei que trata do fim das desonerações. O texto será votado hoje, segundo ele.