Economia

Juros fecham em alta com ajustes em apostas para Selic e avanço do dólar

Os juros futuros de curto prazo completaram a quarta sessão seguida de alta, ainda influenciados pela redução das apostas em torno de uma possível queda da Selic para abaixo de 6,50%. As taxas longas fecharam a quinta-feira, 15, perto dos ajustes de quarta-feira, com viés de alta em alguns contratos, refletindo a piora da percepção de risco no exterior que levou o dólar para perto de R$ 3,30.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou a sessão regular em 6,490%, de 6,484% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2020 encerrou em 7,38%, de 7,35% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 8,23% para 8,25% e a do DI para janeiro de 2023 terminou em 9,12%, de 9,10%.

A exemplo dos últimos dias, os vencimentos curtos e intermediários continuaram se movendo a partir da expectativa para a Selic nos próximos meses, ainda que a agenda da quinta-feira, que trouxe somente o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de março (0,45%) em linha com a mediana das estimativas (0,44%), não tenha interferido nos negócios.

Enquanto seguem majoritárias as apostas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana em torno de um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic, hoje em 6,75%, para maio o mercado vê como cada vez menores as chance de uma nova flexibilização. Com isso, o ciclo de queda seria encerrado, ou ao menos pausado, agora em março.

Os juros longos já estavam em alta pela manhã, alinhados com o avanço do dólar, tendo batido máximas antes do leilão de títulos prefixados. Passada a operação, no começo da tarde, os players desmontaram operações de proteção e as taxas migraram para o ajuste, recompondo depois um pouquinho da alta no meio da tarde, na medida em que o dólar voltava a se aproximar de R$ 3,30. O Tesouro vendeu integralmente as ofertas de 8,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de 1,250 milhão de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F).

Às 16h31, o dólar à vista subia 0,83%, aos R$ 3,2910. A moeda está em alta generalizada ante as demais divisas, refletindo o temor dos investidores ainda com uma possível guerra comercial após as medidas protecionistas do governo Donald Trump, agravado nesta quinta pelo anúncio de sanções contra a Rússia por interferência nas eleições de 2016. Ao todo, cinco empresas e 19 russos terão seus bens bloqueados e estão proibidas de fazer negócios com cidadãos americanos.

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