Os juros futuros começaram a semana com avanço firme, refletindo tanto tensões relacionadas ao impasse nas negociações sobre a dívida da Grécia quanto preocupações com o quadro político local, após a instalação da crise entre o PT e o PMDB. O movimento nesta segunda-feira, 15, foi mais expressivo no trecho longo da curva, o preferido de investidores, que hoje fugiram de ativos de risco de maneira generalizada.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o DI janeiro de 2016 encerrou com taxa de 14,32%, de 14,25% na sexta-feira. O DI janeiro de 2017 subiu de 13,88% para 14,06%. E o DI janeiro de 2021 fechou em 12,89%, de 12,71% no último ajuste. O comportamento foi na contramão do rendimento dos Treasuries, que cederam. A T-Note de dez anos projetava 2,360%, de 2,383% no fim da tarde de sexta-feira pouco depois da 16h30.
Os investidores já abriram os negócios embutindo prêmios nos contratos, repercutindo o noticiário pesado do fim de semana. No exterior, as conversas envolvendo Atenas e a Comissão Europeia ontem em torno da implantação de reformas no país fracassaram e um acordo para o pagamento da dívida parece muito distante. O atual programa de ajuda da Grécia vence no fim deste mês e o temor é que o país decrete moratória e, eventualmente, seja forçado a deixar a zona do euro.
No Brasil, o clima político azedou após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter dito que a aliança entre PT e PMDB “não se repetirá”, irritado por ter sido hostilizado no 5º Congresso do PT, no sábado. A declaração reforçou o receio de que uma crise entre Executivo e Legislativo comprometa o andamento das reformas necessárias para que o País recupere a credibilidade e retome o crescimento. Nesta semana, a presidente Dilma deve decidir sobre o fim do fator previdenciário, e a tendência é de que vete a proposta, apresentando uma solução alternativa.