As taxas de juros terminaram a sessão desta terça-feira, 21, em alta, recebendo suporte da pesquisa eleitoral Datafolha, divulgada ontem, que mostrou vantagem numérica da presidente Dilma Rousseff (PT) em relação a Aécio Neves (PSDB) nas intenções de voto para o segundo turno das eleições.
A sondagem Datafolha mostrou Dilma com 52% dos votos válidos, de 49% no levantamento anterior, enquanto Aécio caiu para 48%, de 51%. Em votos totais, Dilma subiu de 43% para 46% e Aécio oscilou de 45% para 43%. Além disso, a taxa de rejeição a Aécio oscilou para cima, de 38% para 40%, enquanto os que afirmaram que não votariam em Dilma de jeito nenhum passaram de 42% para 39%. Já na Vox Populi, Dilma aparece com 52% dos votos válidos, de 45% anteriormente, e Aécio com 48%, de 44% antes.
Para a consultoria Tendências, a vantagem da presidente Dilma na mais recente pesquisa Datafolha mostra o peso da avaliação do governo no comportamento eleitoral. “Em boa medida, o crescimento de intenção de voto do PT expressa a maior aprovação que a sociedade dá à atual administração”, destaca a empresa. Além disso, segundo a consultoria, a campanha trouxe perda de capital político para a oposição. “A disputa permanece aberta, mas os indicadores estruturais são mais favoráveis à campanha governista.”
Dados da inflação anunciados pela amanhã foram apenas monitorados pelos agentes do mercado, sem grandes impactos no mercado. O Índice de Preços ao Consumidor – 15 (IPCA-15)ficou em 0,48% em outubro, acelerando ante a taxa de 0,39% em setembro, mas ficando perto do piso das estimativas do mercado financeiro coletadas pelo AE Projeções (0,47% a 0,63%, com mediana de 0,51%). A alta em 12 meses até este mês é de 6,62%, igual à vista até setembro. Grupo de Alimentação e bebidas ganhou mais força, passando de 0,28% para 0,69% no período e respondendo por 0,17 ponto porcentual para o índice.
Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, afirmaram que a escalada do dólar e seu potencial efeito sobre os preços é um dos principais pontos para justificar a aposta de aumento da precificação da alta da Selic em 2015 na curva a termo de juros, para cerca de 2 pontos porcentuais, ainda que o quadro eleitoral hoje esteja indefinido. Eles também destacaram a resistência da inflação em se distanciar do teto da meta de 6,50% e os preços de energia represados, que terão de ser ajustados. Embora o repasse cambial na inflação seja passível de discussões – o próprio diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse que é bem menor hoje do que era 10, 15 anos atrás -, o dólar mais alto é tido como um risco para o IPCA e, consequentemente, para a Selic.
No término da sessão regular na BM&F Bovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 (95.350 contratos) fechou com taxa de 11,048%, ante 11,015% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (258.495 contratos) registrou taxa de 12,05%, na mínima, ante 12,07%. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (340.170 contratos) terminou com taxa de 12,16%, de 12,14% no ajuste anterior e o DI para janeiro de 2021 (184.145 contratos), 11,80%, ante 11,58%.