O Estado de São Paulo registrou o maior número de latrocínios, roubo seguido de morte, desde 2003, no acumulado de janeiro a julho deste ano. Houve 237 casos registrado neste ano, com 240 vítimas. No mesmo período do ano passado, foram 198 casos. Já em 2003, maior número da série histórica, houve 342 crimes do tipo. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 18, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
“O latrocínio é o roubo que não deu certo. A violência às vezes se banaliza de tal forma que qualquer esboço de reação da vítima termina provocando uma ação violentíssima do assaltante. Esse tipo de crime é muito difícil de combater, porque ocorre muito rápido”, avalia o secretário Mágino Alves Barbosa Filho.
O secretário destacou que todos esses crimes estão sob investigação. “Quase todos eles já têm autoria estabelecida”. Houve 33 crimes do tipo registrados no Estado no mês passado, dois a menos do que em 2016. O número de vítimas, 33, é 5,71% menor do que no ano passado. Ao menos 16 criminosos já foram detidos no mês passado pela prática.
“O latrocínio é o extremo da ação criminosa do bandido. O primeiro intento era roubar, mas ele acaba matando. O que falta é abordagem. A PM hoje tem dificuldade de abordar pessoas na rua porque a demanda de atendimento é muito grande”, diz o ex-comandante da Polícia Militar Benedito Meira.
Investigação
Para o diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques, a alta do latrocínio tem relação direta com o aumento de crimes contra o patrimônio. “Com a escalada do número de roubos, a alta nos latrocínios era algo que se poderia prever. Há aumento de roubos a celulares e também vemos um crescente número de roubos a residências, que são mais propensos a terminar em latrocínio”, diz o especialista. Estudo do Sou da Paz com dados de 2016 apontou que o latrocínio mais comum acontece com roubos a residência – 1 morte a cada 211 assaltos dessa natureza, seguido para roubos a estabelecimento (1 em 655) e saídas de banco (1 em 987).
“É preciso valorizar a investigação, pois um roubo a residência não é um crime de oportunidade. É preciso estudar a situação”, diz Marques. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.