Estadão

Líder de entregadores vai à polícia e assume participação no incêndio de estátua

O líder dos entregadores de aplicativos Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Paulo Galo, se apresentou nesta quarta-feira, 28, na polícia, e assumiu participação no incêndio à estátua de Borba Gato, na zona sul de São Paulo. A defesa de Lima afirmou que o entregador foi preso – essa informação, porém, não havia sido confirmada pela Secretaria da Segurança Pública até as 17 horas.

Segundo a defesa de Lima, ele se apresentou por volta das 13 horas no 11.º Distrito Policial de Santo Amaro. O entregador afirmou que o incêndio foi provocado para "abrir o debate".

"Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres", disse Lima, de acordo com informações repassadas pela defesa nas redes sociais.

Borba Gato foi um bandeirante paulista que no século 18 caçou indígenas e negros. Atualmente, o papel desses pioneiros na interiorização do País é conhecido e a condição de símbolo do Estado é questionada.

No sábado, um grupo ateou fogo a pneus dispostos na base da estátua, localizada no distrito de Santo Amaro, na zona sul paulistana. Imagens da ação foram publicadas no perfil Revolução Periférica, nas quais pessoas aparecem com uma faixa com a frase "A favela vai descer e não será Carnaval".

De acordo com a defesa, a decisão de prisão temporária foi tomada pouco depois de Lima ter se apresentado à polícia. "O mandado de busca e apreensão para a residência de Paulo havia sido expedido para o local errado e Paulo apresentou seu endereço correto, autorizando e possibilitando a entrada em sua residência", escreveu a defesa em nota nas redes sociais do entregador.

A mulher de Lima, Gessica, também foi detida, segundo os advogados, apesar de não ter participado do ato, e Danilo Oliveira, conhecido como Biu, se apresentou espontaneamente para assumir sua participação no ato.

Na madrugada de domingo, um suspeito de participar do incêndio foi preso. Ele foi identificado como o motorista do caminhão que conduziu parte do grupo até o local e transportou os pneus em que foram ateados fogo.

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