Uma leitora do GuaruhosWeb enviou uma mensagem para descrever o que ela considerou um descaso no atendimento de seu avô na UPA São João na noite de quinta-feira. Segundo conta, a situação demonstrou a total “falta de respeito para com os moradores, e neste caso, um homem de bem, arrimo de família e um senhor aposentado de somente 91 anos de idade”.
Caroline Rodrigues, moradora do São João, disse que o avô estava se queixando de dores nas pernas há três dias, mas nada que o incomodasse a ponto de procurar socorro médico. “No entanto, nesta quinta-feir, dia 8, ele não aguentou e pediu ajuda, coisa que nunca faz. Entrei em contato com o HMU (Hospital Municipal de Urgências) e me informaram que não havia ortopedista e o mesmo disseram no Hospital Geral de Guarulhos, logo, resolvi trazer meu avô no UPA do Jardim São João, bairro onde eu moro a mais de 10 anos”.
Ela disse que chegou por volta das 21h e demorou bastante para passar pela triagem. “Havia muita gente reclamando da demora, até que uma senhora desmaiou, deixando seu marido transtornado, inclusive, o ajudei, tentei deixá-lo mais calmo, mesmo porque, ele tinha um bebê de colo, que eu segurei enquanto revoltado, ele perdia a cabeça”, explicou.
A moradora disse que seu avô foi atendido pelo clínico geral, que prescreveu soro na veia com remédio para tirar a dor. “No entanto, a dor não passava, ele se queixava que não podia sentar que parecia que seus ossos estavam quebrando. Então, o clínico resolveu encaminhá-lo ao ortopedista, já que sentia dores nas pernas, mesmo que sem queda ou pancada, poderia ajudá-lo. Só que não foi bem assim, o ortopedista recusou-se a examinar meu avô, dizendo que nada poderia fazer por ele…”
Sem explicar os motivos, ainda segundo conta Caroline, o médico teria dito que só atenderia depois das 2h, e que o senhor deveria ficar esperando. Ela conta ainda que o avô se tratou de um câncer de próstata no ano passado e se curou. “Só que o médico ortopedista não vê isso como uma vitória, já é tão banal alguém da idade dele se recuperar de um câncer não é mesmo. Ele disse que era para levar meu avô ao oncologista, pois ele deveria estar com metastase. Assim, seco e cru, dessa forma ele disse. Não me contive, liguei para a polícia e disse que ele estava se recusando a atender meu avô dentro do hospital, sem nenhum motivo plausível”.
Caroline disse que, quando a polícia chegou, o médico desceu transtornado e falando com total descaso e deboche. “Alegou que eu era mentirosa. Na minha frente ele desmentiu todo o ocorrido, sem falar que ele estava agressivo, levantou o tom de voz e até os braços várias vezes, gesticulando na minha direção. Meu avô, completamente constrangido e cansado, disse que estava se sentindo melhor e pediu para ir embora e nós o trouxemos de volta”.
A leitora completa: “Nunca pensei em presenciar tamanho descaso na minha vida, não só por ser meu avô mas por toda a circunstância. Meu avô ficou psicologicamente abalado quando estava em tratamento para o câncer e ontem o médico tirou dele uma das maiores alegrias, que foi sua cura, isso sem examiná-lo”. Ela informou que irá tomar todas as medidas judiciais cabíveis para “impedir que gente como esse rapaz, não tenha novas oportunidades de tratar de alguém da forma como fez com o meu avô”.
O GuarulhosWeb encaminha esta demanda aos setores responsáveis. Assim que houver alguma resposta, ela será publicada neste mesmo espaço.
Com relação ao atendimento relatado sobre a UPA São João, a Secretaria de Saúde informa que irá apurar o caso.