Em um momento de tensão nos mercados, agravamento da crise política e deterioração dos indicadores econômicos, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quarta-feira, 5, que “ninguém quer uma ruptura em nenhum aspecto”. Ao deixar reunião com o vice-presidente Michel Temer, Levy disse acreditar que será votado ainda neste ano o projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamentos, tema decisivo dentro do ajuste fiscal proposto pelo Palácio do Planalto.
“Obviamente (a revisão da política de desoneração) é um sacrifício para as empresas, mas o governo fez uma estratégia em que certamente teve na parte da previdência social, na parte do trabalhador e também a gente quer acabar com essa distorção das empresas. São bilhões de reais para umas tantas mil empresas”, comentou o ministro a jornalistas, ao deixar o gabinete de Temer.
Questionado sobre a possibilidade de o projeto de lei só ser apreciado no ano que vem, Levy disse que “há um mal-entendido”. “Não tenho informações sobre isso. Tudo é conversa. Eu acho que não (fica para 2016), essa é uma parte muito importante do ajuste”, afirmou.
Questão fiscal
Nesta terça-feira, 4, o Palácio do Planalto foi derrotado na tentativa de adiar a votação da PEC 443, que reajusta salários de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU). A PEC 443 – uma das “bombas fiscais” em tramitação no Congresso Nacional – foi discutida na manhã desta quarta, 5, em reunião do vice-presidente Michel Temer com líderes da base na Câmara e os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha.
“A situação econômica é séria. A questão fiscal é muito séria. A gente tem de ter tranquilidade e firmeza pra continuar o diálogo para alcançar as soluções que o Brasil precisa. Ninguém quer uma ruptura em nenhum aspecto, a gente precisa é garantir a recuperação econômica”, ressaltou Levy.
Gols
Botafoguense, o ministro disse que a sua maior preocupação, no momento, é com a situação do clube carioca na Série B do Campeonato Brasileiro. “Minha maior preocupação é a falta de gols”, desabafou, ignorando a pergunta do Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, se a situação do governo estava pior que a do clube carioca.
O Botafogo ocupa atualmente o segundo lugar na tabela da Série B, com 30 pontos – o alvinegro acumula oito vitórias, seis empates e apenas duas derrotas.