Vários participaram. Da cobertura e, principalmente, da manifestação em Guarulhos. Tem números, como sempre, para todos os gostos. Aqueles que não querem enxergar falam em 5 a 10 mil. Os mais exagerados, 40 mil. Apostei em 30 mil pelo que me contaram, pelas fotos, estimativas da PM etc etc. O número exato, ninguém saberá. Mesmo porque o primeiro grande ato de Guarulhos teve uma série de particularidades, que refletem o dia-a-dia da metrópole.
Como a convocação, via redes sociais, falava em concentração às 16h, muita gente que chegou antes não quis esperar até às 17h, horário programado para a saída, para seguir rumo à Dutra. Ou seja, quando Guarulhos para a rodovia mais importante do país, com um grupo estimado em uma dezena de milhar, muita gente ainda seguia rumo a igreja matriz. No mesmo horário, a região do Pimentas também promovia um ato isolado. Não há registros de quantos compareceram por lá e chegaram a parar a Dutra naquele trecho também.
Mas, como o povo que foi para o Centro, também são guarulhenses indignados, com uma série de coisas. No rosto dos manifestantes, sinais da indignação em busca de um Brasil melhor em todos os sentidos. Havia faixas e cartazes contra os políticos, contra as autoridades, contra tudo que se julga errado. Protestaram contra a presidente Dilma (PT) contra o tal do Feliciano e sobrou até para o governador Alckmin (PSDB). Mas, a maioria, tinha um recado direto contra alguém que vem mexendo diretamente com a vida de todos os guarulhenses: o prefeito Sebastião Almeida (PT).
As mensagens foram diretas. O guarulhense não se conforma com o aumento do IPTU, não está satisfeito com o transporte público, não engoliu a redução – providencial mas oportunista – da passagem para R$ 3,00, quer água nas torneiras, quer atendimento médico básico, quer educação melhor. Ou seja, quer que os altos impostos pagos sejam devolvidos ao povo em forma de serviços de qualidade. Nada mais justo.
Mas Almeida, que tentou minar o protesto, gastando dinheiro público por meio de uma campanha de telemarketing comemorando a baixa da tarifa, escancarando para quem recebeu a ligação o desespero que ronda a administração do PT. Falha grave de comunicação, como foi da própria presidente Dilma, em seu ridículo pronunciamento na noite da sexta-feira, 21, quando falou, falou, falou e não disse nada.
Coincidentemente, logo após o discurso em rádio e TV, a manifestação guarulhense, que já tinha parado a Dutra por cinco horas e há mais de três isolava o maior Aeroporto da América Latina, cometeu o primeiro e, talvez, único deslize. A tentativa de invasão aos terminais do Aeroporto foi sufocada por bombas de gás jogadas por uma polícia que se mostrou bastante preparada, desta vez, para acompanhar o ato. Mas era a deixa de que era a hora de deixar a rua e ir de volta para casa. Mas a voz das ruas não calou. Vem mais por aí.