Opinião

MEU PAPA CHICO, A SIMPLICIDADE DE DEUS EM NÓS

Confira artigo do jornalista Ernesto Zanon sobre a visita do papa Francisco ao Brasil

"Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo". Essa foi uma das primeiras frases do papa Francisco, que eu adoro chamar de “papa Chico”, em seu discurso inaugural em terras brasileiras, ainda na segunda-feira. Católico desde a barriga da minha mãe, para não parecer defensor de uma religião e – assim – poder parecer parcial, até aqui evitei comentar ou falar sobre a visita do chefe da Igreja Católica ao Brasil. Mas entendo que já é possível fazer algumas considerações.

Nesta sexta-feira, um comentário do amigo jornalista Ronaldo Paschoalino no Facebook me chamou a atenção. Ele declarou ter se tornado fã do papa após ouvir suas mensagens, mesmo seguindo outra doutrina. Já por aí percebi que realmente o papa Chico está conseguindo passar adiante o que veio trazer ao Brasil. Em todas as suas aparições, desde a conturbada chegada ao Centro do Rio de Janeiro, que revelou a desorganização dos anfitriões, ao permitirem que a comitiva ficasse parada em um congestionamento, frases de efeito pronunciadas de uma forma simples: ele fala a língua do povo.

Aliás, falar a língua do povo é algo que parece estar em falta por aqui. Vide a queda constante dos índices de popularidade de nossos principais governantes, que insistem em falar para eles mesmos. Mas a conversa aqui vai além da política e da religião. Sim, meu papa Chico não está falando apenas para os católicos, mas para todas as pessoas de bem. Para toda essa gente carente de líderes, carente de Deus. São mensagens simples. São palavras profundas. Às vezes, ele diz o óbvio. Mas é aquele óbvio que geralmente insistimos em não escutar.

Papa Chico fala em solidariedade. Fala em paz. Fala em simplicidade. Simplicidade que ele expressa em atos, que extrapolam as palavras. Lógico que muita gente entende apenas sobre o gasto de dinheiro público em um evento religioso. Que há exposição demais na mídia, para atender determinados interesses – até comerciais – etc e tal… Mas prefiro seguir sua mensagem principal. Ser simples. Acreditar que Deus nos enviou mais um santo para que possamos enxergar o que é tão claro diante de nós. “Se estiver faltando sal, bote sal. Se estiver faltando fé, bote fé”. 

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