Saúde

Lipoaspiração também é uma cirurgia arriscada

Segundo especialista, a lipoaspiração está sujeita às mesmas complicações que qualquer outro procecimento cirúrgico

Nos últimos anos, problemas durante a realização da lipoaspiração têm ocupado espaço na mídia, em todo o País. "Na verdade, não existe uma cirurgia mais arriscada do que outra, nem mesmo as cirurgias plásticas. A lipoaspiração está sujeita às mesmas complicações que qualquer outro procedimento cirúrgico", explica Ruben Penteado, cirurgião plástico, diretor do Centro de Medicina Integrada.

Após mais de 30 anos de aplicação da técnica, a lipoaspiração está consolidada no Brasil. As estatísticas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, SBCP, indicam a realização de 90.000 lipoaspirações por ano. "Precisamos avançar nas questões que garantam maior segurança à realização do procedimento, o que necessariamente passa por uma melhor qualificação dos profissionais", destaca o médico.

Segundo Penteado, problemas com a lipoaspiração acontecem quando a indicação do procedimento não é precisa. Freqüentemente, a lipoaspiração é a saída procurada por pessoas que estão acima do peso. "A lipoaspiração não é um método de emagrecimento. É um procedimento destinado a remover gordura localizada, como as que se encontram debaixo dos braços, nos quadris e na região abdominal. É o tipo de gordura que dificilmente pode ser eliminado, mesmo com o auxílio de exercícios físicos e de uma nova dieta", explica Ruben Penteado, que também é membro da SBCP.

Ele destaca que esta regra só se aplica a pacientes adultos. Crianças, ainda que tenham acúmulo de gordura no corpo, a ponto de comprometer seu bem estar físico e psicológico, não devem se submetidas à lipoaspiração. "Já para os adolescentes, a lipoaspiração pode ser indicada, contanto que o jovem operado não seja obeso", destaca.

Além da indicação bem feita, as contra-indicações precisam estar bem claras também. "A partir de 10% a mais do peso ideal, os resultados da lipoaspiração não são tão satisfatórios. É importante entender que se trata de uma cirurgia de acerto de contornos e não deve ser encarada como um método para emagrecer", explica Penteado.

Há um limite de gordura que pode ser retirado. De acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina, não se pode passar de 7% do peso corporal do paciente na lipoaspiração úmida (com injeções de soluções líquidas) e 5% de retirada de gordura na lipoescultura a seco.

Doenças cardíacas graves, alterações pulmonares, anemia, diabetes e hipertensão arterial precisam estar sob controle para que o paciente seja operado.

 

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