Saúde

Pesquisa aponta que 60% dos fumantes com câncer não largam vício mesmo após diagnóstico

No último domingo, 29, foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo

Levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp), aponta que 60% dos fumantes diagnosticados com câncer não conseguem largar o cigarro mesmo após descobrirem a doença. No último domingo, 29, foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

O estudo apontou ainda que, de todos os atendimentos realizados este ano no Icesp, 35% dos pacientes, ou seja, um em cada três entrevistados afirmam serem tabagistas no momento em que ingressam na unidade para realizar o tratamento.

Para quem luta contra o câncer, os efeitos nocivos que o cigarro provoca são extremamente prejudiciais. O tabagismo dificulta a cicatrização, prejudicando pacientes submetidos a cirurgia oncológica. Além disso, eleva a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares e infecções respiratórias. A função pulmonar também é altamente afetada, o que pode aumentar o risco de complicações durante o período de radioterapia, por exemplo.

Quimioterapia – Outra séria dificuldade provocada pelo cigarro nos pacientes oncológicos é durante o período de quimioterapia. Para quem é tabagista, alguns quimioterápicos podem surtir efeito bem menor no organismo, o que prejudica o tratamento e, muitas vezes, a cura dessas pessoas. Os efeitos colaterais como náuseas, vômitos, perda de apetite e sintomas respiratórios, também são intensificados.

"Infelizmente a grande maioria relata dificuldades para abandonar o cigarro, mesmo após receberem o diagnóstico de câncer. Mas é fundamental que essa realidade mude, não só por melhorar a qualidade de vida das pessoas como para ajudar na luta contra a doença", alerta Frederico Leon Arrabal Fernandes, médico pneumologista do Icesp.

Para incentivar os fumantes a largarem o vício e diminuir o desconforto da abstinência, o Instituto do Câncer oferece tratamento para os pacientes internados, como a distribuição de gomas de nicotina e adesivos, que são as duas formas mais indicadas durante o período de internação. Porém, ainda é perceptível a dificuldade para abandonar o cigarro, mesmo após descobrirem a doença e conhecerem todos os males provocados pelo tabagismo.

Dicas para parar de fumar

  • Descubra os motivos que fazem com que tenha vontade de fumar;
  • Anote-os em uma folha e deixe visível;
  • Marque uma data para parar de fumar;
  • Procure apoio em familiares e amigos para esta decisão;
  • Próximo à data marcada, diminua o número de cigarros fumados;
  • Evite situações que o fazem ter vontade de fumar;
  • Evite contato com outras pessoas fumando;
  • Só use medicações prescritas pelo seu médico;
  • Pratique atividades físicas;
  • Beba bastante água, chupe balas ou masque chicletes ao invés de fumar;
  • A abstinência tende a desaparecer em quatro semanas;
  • Não desista de seu objetivo.

Posso ajudar?