Economia

Lucro líquido da Vale no 1º trimestre soma US$ 2,49 bi, alta de 40,2% em 1 ano

Beneficiada pelo preço do minério de ferro, o lucro líquido da Vale no primeiro trimestre do ano chegou a US$ 2,49 bilhões, alta de 40,2% em relação ao observado um ano antes. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o ganho cresceu mais de quatro vezes. Essa é a última divulgação trimestral da Vale com Murilo Ferreira à frente da companhia, que no próximo mês passa o bastão para Fabio Schvartsman.

O Ebitda (lucro antes de juros,impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de US$ 4,308 bilhões de janeiro a março, aumento de 122,6% ante o primeiro trimestre de 2016. Ante o trimestre imediatamente anterior houve recuo de 8,7%, tendo em vista a sazonalidade do período. “Os preços (do minério de ferro) mais altos tiveram um impacto positivo de US$ 672 milhões”, destaca a companhia no documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro.

A margem Ebitda ajustada foi a 50,6%, ante 36,3% no primeiro trimestre de 2016 e de 51% no quarto trimestre do ano passado. A receita operacional líquida foi a US$ 8,515 bilhões, expansão de 59,6% na relação anual. No comparativo trimestral, foi registrada queda de 8%.

A produção de minério de ferro da Vale no primeiro trimestre somou 86,2 milhões de toneladas, aumento de 11,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a companhia, esse volume representa um recorde para um primeiro trimestre. Em relação ao último trimestre de 2016, no entanto, a produção caiu 6,7%, queda explicada especialmente pela sazonalidade climática.

Ainda nesta quinta-feira, 27, a diretoria da mineradora fala com investidores sobre o resultado em duas teleconferências: a primeira em português, às 10h, e a segunda em inglês, às 11h.

Investimentos

Os investimentos da Vale no primeiro trimestre do ano somaram US$ 1,113 bilhão, recuo de 21% em relação ao visto um ano antes. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior foi anotado recuo de 21%. Ano passado a mineradora brasileira já encerrou o ano com desembolsos de US$ 5,482 bilhões, queda de 35% na relação anual.

A Vale frisou que os investimentos previstos para este ano, excluindo os investimentos para o segmento de fertilizantes, devem somar US$ 4,2 bilhões, em documento que acompanha seu demonstrativo financeiro. Para 2018, a previsão é de US$ 4 bilhões e US$ 3,7 bilhões no ano seguinte.

Do investimento de US$ 1,113 bilhão no intervalo de janeiro a março, US$ 587 milhões foram destinados para a execução de projetos e US$ 526 milhões para a manutenção das operações.

O projeto S11D, segundo a Vale, alcançou no primeiro trimestre do ano 88% de avanço físico consolidado, ou 98% de avanço físico na mina e 80% na logística.

Alavancagem

A alavancagem da Vale, medida pela divisão da dívida bruta pelo Ebitda ajustado dos últimos doze meses, caiu de 4,5 vezes no primeiro trimestre de 2016 para 2,1 vezes nos três primeiros meses deste ano. No quarto trimestre de 2016, esse indicador era de 2,4 vezes.

A dívida líquida da companhia de janeiro a março caiu para US$ 22,777 bilhões, recuo de 17,6% ante o observado um ano antes. Em relação ao fim do quarto trimestre, a queda foi de 9%.

O caixa da empresa no fim de março era de US$ 6,793 bilhões. “A posição de caixa será usada para implementar o programa de gestão de passivos para reduzir a dívida bruta em 2017”, informou a empresa, no release que acompanha seu demonstrativo financeiro. A dívida bruta da Vale no primeiro trimestre foi de US$ 29,570 bilhões, ante US$ 31,470 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em relação ao quarto trimestre, houve aumento do endividamento bruto, visto que a dívida bruta era de US$ 29,322 bilhões, o que ocorreu, essencialmente, pela variação cambial. A Vale tem como meta levar sua dívida bruta para um patamar entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões.

O prazo médio da dívida aumentou ligeiramente para 8 anos no fim de março de 2017, se comparado aos 7,9 anos em 31 de dezembro de 2016.

Resultado financeiro

A perda financeira da Vale no primeiro trimestre foi de US$ 613 milhões, ante um ganho financeiro de US$ 1,411 bilhão no primeiro trimestre de 2016. No quarto trimestre do ano passado, a perda financeira foi de US$ 603 milhões.

Custos e despesas

Os custos e despesas totais da Vale no primeiro trimestre do ano somaram US$ 5,115 bilhões, aumento de 22,2% em relação ao visto um ano antes. Sem considerar a depreciação, os custos e despesas foram de US$ 4,207 bilhões, alta de 23,7% no comparativo anual.

O custo por produto vendido (CPV) total somou US$ 7,734 bilhões, aumento de 21,7% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. “O aumento deveu-se, principalmente, à menor diluição de custos fixos por menores volumes sazonais de produção e maiores custos de bunker oil”, destaca a companhia no documento que acompanha seu demonstrativo financeiro.

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