Economia

Maia: PSDB precisa dizer se é contra ou a favor à reforma e quantos são a favor

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 6, que o PSDB precisa dizer “se é contra ou a favor” da reforma da Previdência e apontar quantos votos a sigla vai entregar para aprovar a proposta no plenário da Casa. Isso é importante para “entender se já há ambiente” para marcar a data de votação, destacou Maia.

“Fechar questão ou não é relevante, o PSDB sempre pregou as reformas. Precisa saber quantos votos o PSDB pode dar para reforma”, afirmou o presidente da Câmara.

Maia disse que tem perguntado a todos os partidos o número de votos que cada um dará em favor do texto. “A gente está com dificuldade em todos os partidos, não é tema simples”, admitiu.

O democrata defendeu que a contagem dos votos seja feita “com reserva” e sem gerar publicidade, para que haja “um mínimo de condições de organizar uma data”.

Votação

O presidente da Câmara dos Deputados reafirmou que não vai marcar a data de votação da reforma da Previdência no plenário enquanto não houver segurança dos votos necessários para a aprovação. Segundo ele, é preciso continuar trabalhando no convencimento dos parlamentares, uma vez que ainda não há o apoio de 308 deputados. A expectativa é tentar chegar a essa consolidação até no período da noite desta quarta-feira.

Para ele, não é possível saber ainda se o governo vai conseguir reunir os votos atualmente. “Vamos aguardar. Hoje de amanhã não tinha, vamos esperar hoje à noite e ver se consolidação dos votos aparece”, afirmou.

“Não vou votar essa matéria para que, com expectativa de derrota, a gente tenha resultado muito pior do que é a realidade do plenário. Se tiver sentimento que matéria vai ser derrotada, vai ter 100 votos no plenário. A proposta é muito importante, tem impacto muito forte nas expectativas da sociedade. Ir para votação com clareza de derrota apenas para ter data gerará sinalização de que não há na Câmara responsabilidade fiscal majoritária, e ela existe. O problema são as circunstâncias”, explicou Maia.

O presidente da Câmara afirmou ainda que não tem números sobre o apoio já arregimentado pela base do governo, nem participou de nenhuma reunião que tratasse de placar. “Acho que divulgar número não ajuda. O que a gente precisa é trabalhar convencimento de cada parlamentar, entender se temos condição de votar a matéria e, quando tiver esse convencimento, indicar a data que será marcada”, disse.

“Ficar falando número não ajuda no processo de convencimento, fica parecendo pressão sobre os deputados, o que não é bom porque essa é uma matéria difícil, fundamental. A gente precisa ter muito diálogo e muita paciência para que ela possa avançar na Câmara dos Deputados”, acrescentou Maia.

Um líder do bloco do Centrão afirmou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), pedindo anonimato, que avisou ao presidente Michel Temer que seria irresponsabilidade colocar a reforma da Previdência em votação agora porque não há votos suficientes.

Uma derrota da proposta no plenário, na visão dessa liderança, jogaria o País numa crise profunda. A fonte disse que a busca por votos não tem avançado muito e admitiu que o discurso otimista é para agradar ao mercado. Já a oposição diz ter 180 votos contra a Previdência, na tentativa de contrapor a “onda positiva” que o governo quer mostrar.

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