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Martínez tem a missão de transformar o talento da geração belga em conquistas

Roberto Martínez é um espanhol metódico. O atual treinador da seleção belga se preocupa com pequenos detalhes, como em ensinar aos jogadores a história da equipe que defendem. Na Copa do Mundo da Rússia, ele sonha construir um feito para que seja lembrado no futuro como o técnico capaz de converter uma geração tão badalada, talentosa e tida como favorita em uma formação competitiva e vencedora.

O treinador de 44 anos se destacou pelo trabalho no Everton, da Inglaterra, onde espalhou pelo centro de treinamento do clube fotos de títulos e imagens até mesmo do século XIX. Quando o elenco viajava, Martínez reunia os jogadores para brincar de perguntas e respostas sobre ídolos da equipe, campanhas vitoriosas e curiosidades.

O espanhol que passou mais de 20 anos na Inglaterra, onde foi jogador e treinador, tem em mãos para a Copa um grupo forte de jogadores, mas que sofre com a fama de “amarelar. Grande parte dos atletas belgas atua no futebol inglês. Lá, são destaques nos principais clubes, porém necessitam ainda de resultados convincentes com a seleção.

Martínez assumiu o comando da equipe em 2016 com a responsabilidade de converter talento em resultados. O antecessor, Marc Wilmots, levou a Bélgica às quartas de final do último Mundial e da Eurocopa, pouco para as expectativas elevadas de uma seleção que será cabeça de chave pela segunda Copa seguida. O espanhol aceitou o cargo e recorreu à experiência de trabalhar com o aspecto psicológico dos jogadores para mudar a mentalidade do time.

“Quando você é um dos favoritos, tem uma porta psicológica que precisa abrir, uma crença de que pode ganhar a Copa. Se alguma geração anterior nunca fez isso, é difícil para um jogador acreditar que isso será possível”, disse o treinador ao jornal inglês The Telegraph. A melhor campanha belga em uma Copa foi o quarto lugar em 1986.

Para ajudar a seleção da Bélgica a se acostumar com a mentalidade vencedora, Martínez conta com o campeão mundial em 1998 Thierry Henry. O francês é auxiliar técnico e participa do trabalho de transformar os Diabos Vermelhos em vencedores.

“Copas do Mundo não entendem sobre gerações douradas ou grandes reputações. É preciso ser um time capaz de atuar. Quero fazer com que aquilo que todos chamam de geração de ouro da Bélgica seja um time que desfrute da responsabilidade que carrega”, disse o treinador. Pelo menos nas Eliminatórias, o trabalho iniciado deu boas perspectivas.

A Bélgica ganhou nove e empatou uma vez em dez jogos, com uma média de três gols por partida. O espanhol mudou o time, armou a formação no 3-4-3 e renovou a esperança. A responsabilidade do treinador não o amedronta. Martínez se lembra do trabalho no Everton para se inspirar e acredita que o esforço no comando vai lhe fazer no futuro ser utilizado como exemplo nas fotos e na história como um possível técnico vencedor da Bélgica.

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