Economia

Monteiro: superávit com Mercosul será menor por causa de desaceleração mundial

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, disse nesta terça-feira, 14, que o superávit comercial do Brasil com o Mercosul vai ser menor neste ano devido à desaceleração econômica dos países que integram o bloco. “Já geramos superávit maiores, de quase US$ 12 bilhões, e agora caiu para US$ 3,4 bilhões. É o efeito da desaceleração da economia mundial que afetou os principais países do bloco”, afirmou a jornalistas, após a cerimônia de abertura do V Fórum Empresarial do Mercosul, mas sem citar um montante para o ano. Em 2014, o saldo da balança comercial entre o Brasil e o Mercosul foi superavitária em US$ 4,4 bilhões.

Para ele, o Mercosul é estratégico para o Brasil, porque há muitas vendas de itens manufaturados, ou seja, de maior valor agregado ao bloco. “Em 2014, a participação de produtos manufaturados alcançou 80% das nossas exportações ao bloco. Mas desde 2008 o Mercosul tem sentido o reflexo da crise mundial. Esse casamento do Brasil com o bloco é indissolúvel, mas é importante discutir sempre essa relação, com adaptação às mudanças globais, e não nos condicionarmos em uma posição de isolamento”, declarou.

Uma das medidas sugeridas pelo ministro é participar mais, em bloco, de redes de acordos internacionais e integrar processos produtivos. Com relação à primeira ação, Monteiro destacou o acordo feito com a União Europeia. “Estamos perto de finalizar a oferta comum do bloco com o mercado europeu e as trocas serão iniciadas ainda neste ano”, informou o ministro. Já sobre a integração do processo produtivo, o alto representante geral do Mercosul, Florisvaldo Fier, disse que há potencial para que o movimento seja realizado no setor automotivo e de brinquedos e há potencial em segmentos como petróleo e gás, naval e eletroeletrônicos.

Balança comercial geral

Questionado se o superávit comercial total nacional seria somente decorrente da queda de importações, Monteiro disse que prefere “ler” o que está acontecendo pela ótica da queda de preços das principais commodities vendidas pelo País no mercado internacional. “Nós exportamos maior volume este ano, aumento físico de 8% (até junho). Mas, se tivéssemos os mesmos preços de 2014, nós teríamos gerado superávit de US$ 18 bilhões. Tivemos perda com a queda de preços em US$ 15 bilhões neste período. Mas o Brasil já virou a balança, com superávit de quase US$ 3 bilhões. E vamos fechar o ano com superávit expressivo”, falou.

Segundo o ministro, o comércio exterior é um canal de retomada da economia brasileira, para compensar a retração da economia doméstica. “Temos sentido, nos contatos com as empresas, que elas colocaram as exportações nos seus planejamentos estratégicos, porque o câmbio está favorável”, disse. Mas que, para alavancar as exportações, há de se estimular maior participação da indústria e agregar valor aos produtos básicos brasileiros. Nesse sentido, ele negou novamente, dessa vez de forma indireta, que o governo esteja preparando novo pacote de incentivo à indústria, dizendo que há medidas boas no Plano Nacional de Exportação, como financiamentos, aperfeiçoamento de regimes tributários e desburocratização do trânsito aduaneiro.

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