O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que as prisões temporárias dos delatores Joesley Batista e Ricardo Saud, dono e diretor do Grupo J&F, foram corretas e sugeriu que sejam convertidas em preventivas, isto é, sem prazo de validade.
“Necessárias, absolutamente corretas e eu espero que a prisão temporária aqui no Supremo seja convertida pela preventiva”, afirmou Moraes, instantes antes do início da sessão plenária do STF que discute, entre outros temas, os efeitos que a eventual rescisão do acordo de colaboração premiada de delatores tem sobre a validade das provas colhidas por meio deles.
Chamando Joesley e Saud de “criminosos arrogantes”, Moraes minimizou as citações feitas a ministros do Supremo na conversa gravada entre os dois delatores que veio a público na semana passada. “Em nenhum dos áudios se falou nada funcional sobre o Supremo”, disse.
“São pessoas arrogantes, são criminosos, que não estavam bêbados. São criminosos arrogantes que falaram coisas absolutamente imorais e ofensivas em relação a alguns ministros, mas sem nenhuma ligação com o cargo. Ou seja, não há nada em relação ao Supremo nestes áudios”, disse Moraes.
Moraes também afirmou que os dois já deveriam estar presos.
“Nada salvo a agressão gratuita de criminosos que já deveriam estar e agora estão na cadeia”, afirmou Moraes.