O juiz federal Sérgio Moro colocou R$ 11 milhões bloqueados de Adriana Ancelmo e do escritório Ancelmo Advogados, da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB-RJ), à disposição da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que julga a Operação Lava Jato no Rio. Moro absolveu Adriana Ancelmo na terça-feira, 13, das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
A mulher de Sérgio Cabral, o ex-governador e outros três era acusados em ação penal sobre propina de R$ 2,7 milhões em contratos de Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no Rio. Moro condenou Sérgio Cabral a 14 anos e 2 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Os valores foram bloqueados no fim do ano passado. Segundo Moro, o confisco “teve resultados modestos, quase pífios, salvo em relação a Adriana de Lourdes Ancelmo e a empresa Ancelmo Advogados, em relação aos quais chegaram a cerca de R$ 11 milhões”.
“Considerando que os valores podem constituir produto de crime de lavagem submetido a outro Juízo, cumpre, ao invés de determinar a liberação do valor bloqueado, colocar o numerário à disposição do Juízo da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro”, decidiu Moro.
O juiz ordenou que o dinheiro seja transferido para contas judiciais indicadas pela 7ª Vara Federal do Rio, sob tutela do juiz Marcelo Bretas. Sérgio Cabral é réu em 9 ações penais na Justiça Federal do Rio. “Indicadas as contas, promova-se a transferência”, determinou.
O juiz Moro condenou ainda o ex-secretário do governo do peemedebista Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho – 10 anos e 8 meses – e o “homem da mala” Carlos Miranda – 10 anos – por corrupção e lavagem de dinheiro. Mônica Carvalho, mulher de Wilson Carlos, também foi absolvida.
Sérgio Cabral, Wilson Carlos e Carlos Miranda estão presos na Lava Jato. Há mandados de prisão contra os três expedidos pelo juiz Moro e também pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, no Rio. Wilson Carlos está preso no Paraná. Sérgio Cabral e Carlos Miranda, no Rio.
Na sentença, o juiz Moro determinou que os três devem continuar presos enquanto recorrem da condenação.