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MP quer tecnologia para arma de fogo só funcionar se tiver numeração

As armas de fogo produzidas ou comercializadas no Brasil devem contar com tecnologia inteligente para impossibilitar que continuem funcionando, caso a numeração seja destruída. Essa é a proposta do Termo de Cooperação Técnica assinado na tarde de segunda-feira, 16, entre os Ministérios Públicos da União e do Estado de São Paulo, que deve ser apresentada às administrações municipais, estaduais e federal.

O objetivo da proposta é inibir o comércio ilegal de armas de fogo, facilitar o rastreamento e inibir os crimes cometidos à mão armada. “Se alguém pretende destruir a numeração, precisa comprometer a própria arma”, afirmou o Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa.

Intitulada “DNA das Armas”, a campanha se baseia em uma pesquisa do Ministério Público de São Paulo, feita em parceria com o Instituto Sou da Paz, segundo a qual 54% das armas usadas em roubos têm numeração suprimida e, por isso, não podem ter a origem revelada. No caso de homicídios, esse índice é de 40%. O estudo considerou crimes praticados nos anos de 2011 e 2012, período em que cerca de 4.300 armas foram apreendidas no Estado.

O MP, no entanto, não vai sugerir de que forma ou qual tecnologia deve ser aplicada aos armamentos. “O que nós queremos é chegar ao resultado: que as armas que sejam produzidas e comercializadas no Brasil sofram rigoroso controle por parte do Estado. O modo como a empresa ou fabricante vai empregar a tecnologia não é um problema do Ministério Público. Se será chip, controle ou gps, é escolha do fabricante”, disse Elias Rosa.

Para o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, presente ao evento, o termo de cooperação indica um “amadurecimento institucional” e maior unidade de trabalho entre os ministérios públicos. “Unem esforços para contribuir com aspectos importantes da segurança pública”, discursou.

Caso a proposta seja atendida, o “DNA” passaria a integrar a lista de exigências para legalizar uma arma no Brasil. Atualmente, as armas precisam constar nome, marca do fabricante, calibre, número de série e ano de fabricação.

Explosivos. O Ministérios Públicos também pretende tornar mais rigorosa a fiscalização dos explosivos usados no País. “Grande parte dos explosivos que circulam, em especial no Estado de São Paulo, acabam nas mãos da criminalidade”, justificou Elias Rosa.

Para isso, o MP deve propor reformas legislativas que proíbam a utilização de explosivos, ou pelo menos estabeleçam mecanismos de controle de produção e utilização. “Aqueles que podem adquirir explosivos devem demonstrar a utilização, para que não tenhamos um subproduto nas mãos da criminalidade”, disse Elias Rosa.

Contas bancárias

Também foi assinada nesta tarde a renovação do Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (SIMBA), que já era utilizado pelo Ministério Público de São Paulo no combate à corrupção, improbidade administrativa e lavagem de dinheiro. “A grande vantagem desse sistema, além de agilizar a produção da prova, é tornar inquestionável o resultado”, comentou Elias Rosa.

“Provavelmente, no dia 18, estaremos assinando um Termo de Cooperação com o Ministério Público suíço para entregar esse instrumento, para auxiliá-los também no tratamento de dados bancários”, completou Janot.

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