O documento preparado pelos ministros de Finanças da zona do euro e visto pelo Wall Street Journal aponta que as necessidades de financiamento à Grécia aumentaram para 86 bilhões de euros (US$ 96 bilhões), de 82 bilhões de euros estimados no sábado pelas instituições que representam os credores.
Apesar do progresso nas negociações neste domingo, o futuro da Grécia na zona do euro ainda está em jogo. Caso nenhum acordo seja alcançado, a documento o sugere a possibilidade de Atenas sair da zona do euro temporariamente, pelo prazo de cinco anos.
Por sua vez, para liberar a nova parcela de ajuda, os credores estabeleceram várias condições, entre elas, que o Parlamento aprove as medidas de reformas econômicas até o dia 15 de julho. No entanto, esta aprovação poderia dividir o partido de esquerda do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, Syriza, que, por sua vez, poderia provocar novas eleições.
“O primeiro ponto é que o parlamento grego precisa implementar as medidas até 15 de julho. O segundo ponto é nas difíceis condições em relação à reforma trabalhista, o IVA Imposto sobre Valor Agregado e demais impostos. E o terceiro ponto são medidas muito duras sobre a privatização e fundos de privatização”, disse o ministro de Finanças da Finlândia, Alexander Stubb.
As medidas estabelecidas no documento de hoje vão além das rejeitadas no plebiscito da semana passada. Elas incluem alterações às leis trabalhistas que tornaria mais fácil aos empregadores demitirem os trabalhadores, bem como a uma maior liberalização dos mercados de produtos como os farmacêuticos, leite e produtos assados, segundo o documento. A Grécia também teria que privatizar ativos estatais, incluindo a empresa de energia elétrica.
O documento continha apenas uma possível concessão à Grécia, de que outros países da zona do euro poderiam considerar aliviar a carga da dívida do país, mas apenas se a Grécia implementasse a maioria das medidas exigidas pelos credores. No entanto, uma autoridade europeia disse que a Alemanha levantou objeções a tais negociações.
Por outro lado, não ficou claro o que significaria aos bancos gregos se um acordo fosse alcançado. Saques em caixas eletrônicos foram limitados a 60 euros por dia e nenhum dinheiro pode ser transferido no exterior desde que o BCE recusou a estender mais empréstimos de emergência, há duas semanas.
No documento, não havia nenhuma menção sobre o pagamento no valor de 4,2 bilhões de euros que a Grécia precisa fazer ao Banco Central Europeu (BCE) no próximo dia 20 de julho. O documento mostra que governo grego precisa de 7 bilhões de euros até 20 de julho – que, juntamente com a transferência BCE, incluem pagamentos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), de 5 bilhões de euros adicionais em agosto. Fonte: Dow Jones Newswires.