Por mais que se propague o fato de Guarulhos ser a segunda maior cidade do Estado e estar entre os dez maiores PIBs do Brasil, a cidade esbanja
A taxa de crescimento populacional é um dos principais referenciais em relação ao nível de desenvolvimento de um município, estado ou país. Para uma referência melhor, basta dizer que o avanço demográfico de Guarulhos fica próximo as registrados na Etiópia, Guatemala, Nigéria, entre outros países que amargam graves crises sociais e políticas. O índice brasileiro fica na casa de 1,26% ao ano, ou seja, muito abaixo de Guarulhos também.
Mais um dado bastante preocupante que ilustra bem essa incômoda posição de Guarulhos, principalmente nos últimos dez anos, pode ser vislumbrado no índice de envelhecimento da população, outro item fundamental para identificar o nível de desenvolvimento de um povo. Enquanto a Região Metropolitana avançou 42,66% na população acima de 60 anos e o Estado 48,56%, Guarulhos cresceu apenas 20,74%. Ou seja, a longevidade da população, que se conquista graças a políticas de saúde pública fundamentalmente, não avança em Guarulhos nos mesmos níveis de municípios que nos cercam.
São números oficiais que só constatam o que muita gente não gosta de ver. É necessário sim mexer nestas feridas sociais para que Guarulhos venha a se desenvolver. Esse crescimento populacional desordenado ocorre justamente pelo avanço da pobreza dentro do município. Nada tem a ver com o boom imobiliário registrado na região central e bairros próximos. Se não houver o reconhecimento imediato deste problema, com ações efetivas que combatam as causas, de nada ou pouco adiantará ficar criando políticas públicas que apenas amenizam os efeitos.
Numa relação política imediata, é possível perceber que esse índice quase incontrolável de crescimento demográfico coincide exatamente com os 9 anos e oito meses de administração petista no município. Coincidentemente ou não, um dos principais pilares das campanhas políticas do partido é exatamente a propagação do bolsa-família, programa de distribuição de renda do governo federal, que se tornou uma verdadeira ferramenta para se conseguir votos. Ou seja, de forma grosseira, não é demais afirmar que as administrações municipais não têm grande interesse em mudar esse perverso quadro.