Opinião

O flagrante uso da máquina pública na campanha do PT

O prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT), não pode continuar governando o município ignorando princípios morais e éticos, acreditando estar acima da lei e da ordem. Envolto em uma série de denúncias e ações judiciais, o chefe do Executivo protagonizou neste final de semana mais um episódio que ilustra bem o papel que exerce atualmente.


 


Para recepcionar a candidata à Presidência Dilma Rousseff, de seu partido, Almeida colocou um exército de funcionários públicos municipais, que são pagos com dinheiro da população, carros oficiais e materiais da Prefeitura, a serviço da montagem do circo, na região do Taboão, conforme flagrou a reportagem do Guarulhos Hoje, na sexta-feira, o único veículo de comunicação, aliás, que se dignou a mostrar o que estava acontecendo naquele local.


 


Talvez o prefeito ainda não tenha entendido que ele foi eleito em 2008 para governar uma cidade e estar a serviço dos interesses de 1,3 milhão de moradores. E não para colocar a máquina pública a serviço de um partido político. Se aquelas cenas flagradas pelo GH e publicadas na edição de sábado não se configuram em um crime eleitoral, ficará difícil para a justiça punir outros que cometam quaisquer irregularidades nesta campanha.


 


Mas Almeida, que se sente acima da lei e da ordem, não economizou esforços para fazer bonito junto à cúpula de seu partido, que juntou no palco, montado com a ajuda do dinheiro público a estrela maior da festa, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, além do candidato a governador Aloízio Mercadante, os postulantes ao Senado, e uma penca de deputados federais e estaduais. Faltou apenas a Dilma. A desculpa oficial, engolida pela grande mídia, foi a de que ela preferiu ficar em Porto Alegre, junto a filha, que estava prestes a lhe dar o primeiro neto. Curiosamente, somente a agenda de sábado em Guarulhos foi cancelada. Domingo, sem o neto nascer, Dilma voltou a Brasília e seguiu com seus compromissos de campanha.


 


Óbvio que Dilma não veio a Guarulhos por outras razões, que passaram inclusive para tirá-la do centro do debate com o candidato José Serra, já que na sexta-feira ficou evidente a participação de petistas na quebra do sigilo fiscal da filha do tucano. Mas também havia o risco “desnecessário” de expor a candidata ao crime eleitoral praticado em Guarulhos pela Prefeitura comandada por Almeida. Aliás, um prefeito que só coleciona problemas na Justiça.


 


Para que arriscar associar a candidata a presidente líder em todas as pesquisas de opinião a uma administração desastrosa do PT? Nestes momentos, melhor que o presidente Lula tome a frente e assuma sua cria. Como fez em Guarulhos, indo para o ataque contra os tucanos, como se as vítimas fossem as culpadas por terem seus sigilos fiscais violados.

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