Opinião

O totalitarismo, um passo após o outro

Primeiro o mensalão não existia. Depois era uma grande armação da mídia golpista. O tempo passou, os fatos foram apurados e o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal. Em paralelo, o governo federal, nas mãos do Luiz “eu nunca soube de nada” Lula da Silva, foi fortalecendo a corte maior do país, indicando magistrados de sua total confiança. Seria, na cabeça de quem governa de olho no totalitarismo, uma maneira de garantir, caso o processo chegasse às vias de fato, a inocência de todos os companheiros velhos de guerra.


Pois bem. O Mensalão chegou ao STF. E, para desespero da companheirada, houve justiça. José Dirceu e José Genoíno, entre outros chefetes do que foi chamado de quadrilha organizada travestida de partido político, foram condenados à prisão. O primeiro deverá cumprir em regime fechado – ou seja, atrás das grades. O outro terá a honra de um um semi-aberto.


Diante desta realidade, em vez de se curvar aos fatos, à justiça feita, o PT – de forma irresponsável, mas cumprindo seu direito de opinião – se manifestou publicamente nesta quarta-feira, véspera da comemoração da Proclamação da República, conclamando sua militância a não aceitar passivamente a decisão do Supremo Tribunal Federal, a corte chamada, em outras palavras, de leviana por condenar “sem provas” pessoas que tanto serviram ao país, como seriam Dirceu e Genoíno.


Soa bastante preocupante esse tipo de manifestação já que ela destoa do estado democrático. Ataca diretamente o Poder Judiciário, deixando nas entrelinhas que o partido não pode se curvar a decisões que fogem ao maquinado pelos companheiros de poder. O ataque à instituição maior da Justiça brasileira é mais um sinal do estado totalitário que vai se construindo pelas vias democráticas.


Ontem, a Justiça foi atacada. Anteontem foi a imprensa, que – ao não atender aos interesses do partido – passou a ser chamada de golpista. Amanhã, talvez os ataques sejam contra quem ainda se levante contra seus interesses. Talvez, caso a sociedade não perceba isso a tempo, não tenha o depois de amanhã. Parece trágico. Mas é um desenho claro que a cada dia fica bastante nítido do que se pretende para o nosso Brasil. Uma pena.  

Posso ajudar?