O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse nesta segunda-feira, 22, que a Operação Acarajé, 23.ª fase da Lava Jato, não fortalece o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A investigação tem como alvo central o marqueteiro João Santana, das campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma.
“Não necessariamente é mais um golpe para o governo. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP) – agindo dentro da lei – têm todo o dever de investigar. Nós temos que aguardar o resultado das investigações. Antecipar a responsabilidade da Presidência da República é uma especulação indevida”, afirmou, após participar de evento promovido pelo banco JP Morgan em São Paulo.
De acordo com Chinaglia, existe uma “velha tese” de que as contribuições para alguns partidos têm origem criminosa, enquanto, para outros, legal. “As empresas envolvidas na Lava Jato contribuíram com vários partidos em diversas campanhas, então, que se investigue tudo”, afirmou.
Sobre a libertação na sexta-feira, 19, do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS), o deputado do PT de São Paulo disse que a situação dele é complicada. “A situação é difícil porque o caso ainda não foi transitado em julgado. As gravações feitas são muito fortes. Existe um constrangimento (com a volta de Delcídio)? Sim, porque ele era presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e não poderá continuar, era líder do governo e não pode continuar, por motivos óbvios. Então, não há nada a comemorar”, disse.