Estadão

Ouro fecha em baixa, com pressão do dólar antes da ata do Fed

O ouro fechou em queda, pressionado pelo viés de alta do dólar e, mais cedo, dos retornos dos Treasuries. Os investidores calibram expectativas para a política monetária americana, depois de dados mais fortes que o esperado dos EUA e antes da ata da última decisão de juros do Federal Reserve (Fed).

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em baixa de 1,47%, a US$ 2.042,80 por onça-troy.

"O dólar se mantém forte no início deste ano e isso pressiona o ouro, que completa quatro sessões consecutivas de queda, rumo à zona de US$ 2.037", descreveu Alexander Londoño, analista de Mercados da ActivTrades. A alta da moeda americana tende a desfavorecer o preço de commodities, ao torná-las mais caras para operadores de outras divisas. O avanço dos retornos dos Treasuries, observado mais cedo, foi outro fator que colaborou para a baixa do metal nesta sessão, citou o analista Craig Erlam, da Oanda. Isso porque os títulos públicos americanos competem com o ouro entre ativos de segurança.

O Julius Baer reiterou sua visão "cautelosa" para o ouro, em relatório a clientes, tendo em vista que as expectativas de cortes de juros nos EUA têm sido um fator determinante para a cotação do metal. Por mais que espere redução de juros em 2024, o banco suíço não acha que o relaxamento acontecerá tão cedo quanto os mercados estão precificando no momento.

"Acreditamos que os investidores continuam nas margens do mercado do ouro num contexto de risco de recessão bastante baixo, e à medida que encontram alternativas seguras mais atraentes em títulos de retornos elevados", descreveu o analista Carsten Menke, do Julius Baer. Nas suas projeções, mesmo uma forte atividade de compra de ouro por BCs não seria suficiente para sustentar o preço da commodity muito mais alto, explicou o banco suíço.

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