Após um rombo de US$ 6,901 bilhões em abril, o déficit das transações correntes somou US$ 3,366 bilhões em maio. A projeção do Banco Central para a conta corrente de maio era de um saldo negativo de US$ 5,4 bilhões. Para formar sua expectativa, o chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, considerou uma tendência observada nos meses anteriores: que os resultados mensais deste ano, apesar de seguirem negativos, vinham sendo menores do que seus correspondentes em 2014.
Vale lembrar que os números levam em conta a nova metodologia do BC para as estatísticas de Setor Externo. Com as mudanças adotadas pela instituição, a série histórica foi reduzida e há dados disponíveis somente a partir de janeiro de 2014. Anteriormente, as informações iam até 1947.
O resultado veio melhor do que o esperado pelo mercado – a mediana das estimativas de 12 participantes do levantamento do AE Projeções era de negativa em US$ 4,550 bilhões. O intervalo obtido era de déficit de US$ 3,9 bilhões a US$ 5,322 bilhões.
A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 2,522 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,390 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 2,694 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo e US$ 3,204.
No acumulado dos últimos 12 meses até maio deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 95,717 bilhões, o que representa 4,39% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos primeiros cinco meses do ano, o rombo nas contas externas soma US$ 35,828 bilhões ou 4,17% do PIB.
Revisão
O BC apresentou há pouco suas novas projeções para o quadro do setor externo este ano. De acordo com a autarquia, haverá um rombo de US$ 81 bilhões das transações correntes este ano, menor do que a estimativa anterior, de um déficit de US$ 84 bilhões.
Um dos itens mais importantes para chegar a esse montante é a previsão para o comportamento da balança comercial no período, que foi mantida com um superávit de US$ 3 bilhões. No caso das exportações, entretanto, a estimativa do BC passou de US$ 210 bilhões para US$ 200 bilhões. Já para as importações houve um recuo na expectativa de US$ 207 bilhões para US$ 197 bilhões em 2015.
A projeção para ingresso de investimento estrangeiro foi mantida em US$ 80 bilhões para o Investimento Direto no País (IDP). Apesar da diferença entre as projeções para transações correntes e IDP estar menor, o volume ainda é insuficiente para cobrir o rombo das contas externas também previsto pela instituição.
No caso dos gastos com viagens este ano, o BC prevê um total de US$ 14,5 bilhões. A estimativa anterior era de despesas no valor de US$ 16 bilhões. A autoridade monetária também alterou sua estimativa para gasto com juro em 2015, passando de US$ 21,2 bilhões para US$ 20,9 bilhões. Sobre a remessa de lucros e dividendos ao longo do ano, a expectativa do BC passou de saída de US$ 22,5 bilhões para US$ 21 bilhões – essa conta é altamente influenciada pelo esfriamento da economia doméstica.
A autarquia revisou para cima a projeção para investimento em ações de 2015 de US$ 13 bilhões para US$ 15 bilhões. Até porque, apenas nos primeiros cinco medes do ano, o total aplicado nesse tipo de investimento já soma US$ 10,20 bilhões. Já para renda fixa, o BC manteve sua previsão de 2015 em US$ 26,5 bilhões.