Uma semana depois de ter sancionado a Medida Provisória do Futebol, a presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira atletas e dirigentes de clubes para um encontro improvisado no Palácio do Planalto, em Brasília, em mais um esforço para emplacar uma agenda positiva que afaste o governo dos desdobramentos da Operação Lava Jato, da ameaça de um impeachment e do pessimismo que ronda a economia.
“Essa legislação vai permitir uma renegociação das dívidas e isso vai trazer, eu tenho certeza, um grande alívio aos clubes de futebol. Esse é o efeito de curto prazo mais imediato da legislação. Mas essa legislação é um ponto de partida”, discursou Dilma.
Para a presidente, a vigência da nova legislação vai trazer três questões fundamentais: assegurar melhores condições de governança, mais transparência e responsabilidade fiscal. “Vamos garantir condições adequadas para o parcelamento das dívidas. Vamos colher frutos dessa legislação”, afirmou Dilma, que foi presenteada com camisas de vários clubes, inclusive a do Atlético Mineiro, seu time do coração.
VETO – A MP 671 foi sancionada com 36 vetos. Um deles, relacionado com a cláusula compensatória, representou uma vitória do Bom Senso FC, movimento que reúne jogadores: o relacionado com a cláusula compensatória, recurso utilizado quando ocorre rescisão de contrato de um atleta com o clube porque este não cumpriu as obrigações financeiras.
O Congresso havia alterado a multa para 50% do valor em salários que o atleta teria direito até o fim do contrato, mas a presidente manteve o texto original, que prevê multa de 100% dos salários.
Na avaliação do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, a nova legislação é um “ponto de partida para uma agenda extensa que precisamos cumprir”.