A queda de 24,90% nas passagens aéreas em agosto foi o principal impacto de baixa sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado, informou nesta quinta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o item exerceu um impacto de baixa de 0,11 ponto porcentual no índice, que subiu 0,22% ante 0,62% em julho.
Por conta das passagens aéreas, o grupo Transportes registrou deflação de 0,27% em agosto, contra avanço de 0,15% em julho, apontou o IBGE. Em queda, destacaram-se ainda automóveis usados (-1,03%), pneus (-1,00%) e acessórios e peças (-0,96%).
Apesar disso, outros itens ficaram mais caros, como gasolina (0,67%), diante de aumentos em cinco regiões, etanol (0,60%), ônibus urbano (0,60%) e automóvel novo (0,30%). No caso do ônibus urbano, a alta foi puxada pela região metropolitana de Belo Horizonte, cuja alta de 7,10% se deu em consequência do reajuste de 9,68% que entrou em vigor a partir do dia 8 de agosto.
Alimentação e Bebidas
De acordo com o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas registrou queda de 0,01% nos preços em agosto. Parte expressiva dos produtos pesquisados passou a custar menos na passagem do mês, apontou o órgão. Só a batata-inglesa (-14,75%), o tomate (-12,88%) e a cebola (-8,28%) juntos tiveram impacto negativo de 0,10 ponto porcentual no IPCA.
Também ficaram mais baratos o açaí (-7,35%), a cenoura (-6,26%), o feijão-carioca (-3,37%) e o feijão-preto (-1,80%), entre outros alimentos. Apesar disso, muitos deles acumulam altas consideráveis nos últimos 12 meses, como é o caso da cebola (139,86%) e da batata-inglesa (43,20%).
No grupo dos alimentos que subiram em agosto, os destaques foram a farinha de mandioca (4,40%) e o alho (2,74%).
Energia elétrica
Segundo o IBGE, a energia elétrica registrou queda de 0,42% no IPCA de agosto. O recuo se deve à redução de impostos (PIS/Cofins) na maioria das regiões pesquisadas.
O resultado ocorreu a despeito dos aumentos nas contas de energia em Belém, cuja alta de 3,69% reflete o reajuste de 7,47% a partir de 7 de agosto; e em Vitória, onde o avanço de 1,62% se deve ao reajuste de 2,52%, também em 7 de agosto.
Com a influência da energia elétrica, o grupo Habitação desacelerou para alta de 0,29% em agosto, após subir 1,52% em julho, conforme o IBGE.
Além da energia elétrica, o botijão de gás ficou mais barato em agosto (-0,44%) em função de quedas expressivas verificadas nas regiões de Recife (-4,27%), Campo Grande (-2,69%), Rio de Janeiro (-1,12%) e Fortaleza (-0,99%).
Por outro lado, outros itens do grupo Habitação apresentaram alta, com destaque para a taxa de água e esgoto (1,07%), mão de obra pequenos reparos (0,84%), condomínio (0,71%), artigos de limpeza (0,49%) e aluguel residencial (0,40%).
No caso da taxa de água e esgoto, a alta foi influenciada pelas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, cujas contas aumentaram 9,29% em função do reajuste de 9,98% ocorrido em primeiro de agosto, e de Vitória, onde as contas aumentaram 7,37%, refletindo parte do reajuste de 10,69% em vigor a partir do dia 8 de agosto.