O presidente do Partido Progressista (PP) do Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, afirmou nesta segunda-feira, 9, que o diretório estadual do partido não condenará ninguém precipitadamente e tratará os seis políticos gaúchos da sigla que serão investigados por possível envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras como “pessoas que merecem provar sua inocência”. No entanto, caso fique comprovada a participação de um ou mais parlamentares, Bernardi garante que não haverá perdão. “O partido não vai fazer o que os outros fazem, de ter pessoas presas e continuar pregando que elas são inocentes”, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, após participar de reunião extraordinária do PP-RS, na capital gaúcha.
“Não vamos terceirizar culpa nem juntar dinheiro para ninguém. Cada um tem que buscar a sua defesa por seus meios”, acrescentou, em referência às arrecadações feitas pelo PT no ano passado para pagar as multas de condenados do Mensalão. Na tarde de hoje, Bernardi recebeu membros do diretório estadual para tratar da situação dos seis correligionários que tiveram pedido de investigação autorizado pelo STF. Apenas três deles – os deputados federais Jerônimo Goergen e Renato Molling e o ex-deputado federal Vilson Covatti – compareceram.
Na manhã de hoje, em coletiva de imprensa, Goergen negou qualquer vínculo com a Petrobras e lembrou que nem ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados na época em que os parlamentares citados teriam recebido uma “mesada” do doleiro Alberto Youssef. Porém, disse que os “métodos diferentes” do PP são conhecidos há bastante tempo. Segundo ele, o partido, em nível nacional, está acabado. Já Vilson Covatti, em conversa com a imprensa antes da reunião desta tarde, sugeriu que estaria havendo uma conspiração contra o partido.
Bernardi reafirmou, como tem dito desde sexta-feira – quando foi divulgada a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot -, que o partido não será guardião de erros e desvios de conduta. Ele pediu que os investigados se coloquem à disposição para colaborar com a Justiça. “É prudente que façam o máximo possível para esclarecer os fatos rapidamente”, explicou.
Além disso, informou que o PP do Rio Grande do Sul buscará, por via judicial, saber quais foram as pessoas que, segundo os delatores, recebiam recursos oriundos de propina em nome do PP. De acordo com Bernardi, a sigla irá interpelar o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para que eles esclareçam os fatos denunciados.
“Nós do Rio Grande do Sul nunca recebemos nem 1 real desta natureza, queremos saber exatamente quem recebeu, porque a imagem do partido foi prejudicada”, falou. O diretório estadual do PP não apoia a aliança do partido com a administração de Dilma Rousseff (PT) e chegou a entrar na Justiça no ano passado, antes das eleições, para tentar impedir o resultado da convenção nacional, que chancelou a participação da sigla na coligação que reelegeu a presidente petista.