Pressionado, Mourão admite atraso no combate ao desmatamento na Amazônia

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu mais uma vez erro do governo no combate ao desmatamento na Amazônia. Nesta sexta-feira, 10, Mourão faz uma nova rodada de conversa com empresários após aumentar a pressão de investidores estrangeiros sobre o Brasil na questão ambiental.

O desmatamento da Amazônia manteve o ritmo de alta no mês de junho, sendo o maior em cinco anos, mesmo com uma ação de militares na região desde maio. Grandes grupos econômicos ameaçam interromper planos de investimento se o governo não oferecer uma resposta satisfatória. No mês passado, Mourão, que coordena o Conselho Nacional da Amazônia Legal, já havia admitido erros do governo federal.

Alertas feitos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam a perda de 1.034,4 km? no mês de junho, alta de 10,65% em relação a junho do ano passado, quando os alertas apontaram desmate de 934,81 km?. Em apenas um mês, foram derrubados na Amazônia o equivalente à área da cidade de Belém (Pará).

Mourão afirmou que o combate ao desmatamento, iniciado em maio, começou tarde e deveria ter sito colocado em prática no mês de dezembro do ano passado. "Começou tarde, lógico. O começo em maio vai nos dar uma melhor situação em relação a queimadas, mas não em relação ao desmatamento", disse o vice-presidente a jornalistas no Palácio do Planalto.

No início de maio, o presidente Jair Bolsonaro decretou uma nova Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para atuar na região na chamada Operação Verde Brasil 2. Na tarde desta sexta-feira, 10, Mourão recebe representantes do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Na semana passada, o grupo elaborou uma carta exigindo medidas do governo na floresta.

"Tenho colocado que vamos prosseguir nesse tipo de trabalho até final de 2022 ou até que a turma que desmata se dê conta que não dá mais para fazer isso", declarou Mourão. O vice-presidente deve pedir aos empresários a destinação de recursos na Amazônia após os investidores sinalizarem que poderão oferecer apoio.

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