A decisão da Cesp, companhia energética de São Paulo, de reduzir a um terço a vazão de água no reservatório da hidrelétrica de Jaguari já afeta o abastecimento de 40 cidades, 14 em São Paulo e 26 no Rio de Janeiro, segundo revelou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, uma fonte com acesso aos dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).
O ONS pressiona o governo de São Paulo, controlador da Cesp, a restabelecer a vazão para ao menos 30 metros cúbicos por segundo, sob risco de colapso total até o fim do chamado período seco. Atualmente, a Cesp mantém a vazão na hidrelétrica de Jaguari ao nível mínimo de 10 m3 por segundo.
De acordo com levantamento do ONS, que está sendo encaminhado à Agência Nacional de Águas (ANA), entre os municípios paulistas já afetados pelo desabastecimento está Pindamonhangaba, cidade natal do governador Geraldo Alckmin. Também constam da lista São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Tremembé, Potim, Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, Canas, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz.
No Rio, a crise atinge as cidades de Resende, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí, Vassouras, Paraíba do Sul, Três Rios, Sapucaia, Itaocara, Aperibé, São Fidélis, São João da Barra, Cambuci, Campos, Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro e Mesquita.
O ONS acusa o governo de São Paulo de descumprir as orientações técnicas do operador do sistema, o que levará a um “desestoque desproporcional entre o reservatório de Jaguari e os demais reservatórios da bacia”. Isso acarretaria também o “esgotamento completo” dos volumes úteis dos reservatórios de Paraibuna, Santa Branca e Funil, tirando 130 megawatts médios de energia e 150 megawatts de potência dessas usinas, como alertou na semana passada, em duas cartas, à Cesp e à ANA.