Os Jogos Olímpicos do Rio deverão movimentar R$ 1 bilhão com produtos licenciados no varejo brasileiro e atingir 40 mil pontos de venda até agosto do próximo ano. Ao menos essa é a meta do Comitê Rio-2016, que nesta quarta-feira realizou um encontro com varejistas para apresentar parte dos produtos e buscar novos negócios.
A meta é vista como ousada, mas os organizadores a consideram factível. A intenção é produzir 8.000 produtos diferentes e vender 50 milhões de unidades dos mais variados objetos – há desde colecionáveis, como moedas produzidas pelo Banco Central, até produtos para festa, brinquedos e vestuário, entre outros.
“Nosso objetivo é fechar 70 contratos de licenciamento, e já estamos com 52 assinados. Há duas grandes categorias que devemos fechar até o fim do ano, na área de publicações e chocolates e guloseimas”, explicou Sylmara Multini, diretora de Licenciamento e Varejo do comitê.
Além de lojas próprias, a entidade pretende chegar a 40 mil pontos de venda em todo Brasil. “Até os Jogos teremos 150 lojas Rio-2016, mas o nosso trabalho é também apresentar os produtos para o varejo independente. Queremos ter uma distribuição em todo o Brasil. Nossa intenção é pulverizar”, destaca Sylmara.
O Comitê Rio-2016, responsável pela operação da Olimpíada, tem orçamento de R$ 7,4 bilhões. Os recursos são exclusivamente privados e a área de licenciamento de produtos representa 6% da previsão de arrecadação (cerca de R$ 440 milhões).
Na semana passada, o comitê informou que passa por revisão de custos e que vem promovendo corte de gastos em todas as suas áreas. Nesse contexto, atingir a meta de venda de produtos licenciados ganha ainda mais importância. A expectativa, porém, é positiva. “É um mercado em crescimento. Possuímos empresas bastante sólidas, licenciados já acostumados a trabalhar e varejistas acostumados a ganhar dinheiro com licenciamento”, considera a diretora.
As empresas que já adquiriram os direitos de licenciamento também olham os Jogos Olímpicos com bons olhos. A ex-nadadora Fabiola Molina – que esteve nos Jogos de Sydney-2000, Pequim-2008 e Londres-2012 – é proprietária de uma confecção desde 2004 e venceu a concorrência para produtos de moda praia.
“É uma oportunidade muito legal. Primeiro porque é a chance de a empresa ficar mais conhecida, há uma exposição muito grande. E, depois, tem o fato de você ter sido escolhido. A gente sabe a seriedade que são os Jogos Olímpicos, e isso nos dá um selo que reforça a marca”, comenta Fabiola.
A empresa, que leva o nome da ex-atleta olímpica, tem loja própria em São José dos Campos e representantes em todo o País, além de realizar comércio virtual. Até a Olimpíada, a intenção é abrir postos de venda no Rio. “A gente sabe que vai aumentar muito as vendas agora, mas ter conseguido o licenciamento também é um fator importante para o futuro.”