Rogério Ceni estava pálido após o apito final da derrota do Flamengo por 2 a 1 no Morumbi. Não queria nem acompanhar os minutos que restavam no Beira-Rio. Sua angústia após mais uma derrota para o São Paulo era o medo de ver o Inter marcar um gol diante do Corinthians – o jogo terminou 0 a 0. Até ocorreu, mas foi anulado. Depois de uma "eternidade" de sofrimento, o treinador, enfim, pôde comemorar sua primeira grande conquista à beira do campo, cumprindo a profecia de ser campeão no estádio.
Emocionado, mal conseguia falar. Recebeu um abraço caloroso de Marcos Vizolli, com quem conviveu no Morumbi. Um parabéns de um técnico rival a quem sofreu muito com as cobranças.
"Não era dessa maneira que a gente queria, mas vale muito pelo que foi feito ao longo das 38 rodadas", comemorou, com a voz quase no fim. Ele gritou bastante ao longo dos mais de 90 minutos para o jogo e parecia incrédulo com o feito.
Ceni foi "arrastado" para o gramado. Ninguém queria que ele falasse. Os jogadores queriam parabenizá-lo pela profecia em Bragança Paulista, na qual disse que "o Flamengo será campeão no Morumbi.
O ex-goleiro de tanta festa no Morumbi, acostumado a erguer taças pelo São Paulo, festejava pela primeira vez com as cores vermelha e preta. Foi jogado para o alto e muito festejado.
"Uma grande reviravolta num campeonato que parecia perdido. O Rio desperta diferente quando o Flamengo é campeão. E para mim é muito importante, consagração com somente quatro anos, a consolidação da carreira que começou em 2017", falou, depois de ver o time erguer a taça no pódio.
"Aqui é um lugar especial para mim. Tenho o maior respeito pelo São Paulo, clube no qual vivi desde os 17 anos como atleta. Muito orgulho por jogar aqui e muito orgulho por treinar o Flamengo. Um orgulho enorme e muita satisfação. Um sabor especial."