Os promotores do GP do Brasil de Fórmula 1 negociam com a categoria para renovar o contrato de realização da corrida em São Paulo por mais cinco anos. A organização da prova confirmou ao Estadão nesta terça-feira que as conversas em andamento com a cúpula da categoria têm o intuito de estabelecer um acordo que terá ainda uma cláusula de renovação por mais outros cinco anos. Assim, será possível o autódromo de Interlagos manter a etapa até 2030.
Nas últimas semanas, os promotores do GP acompanhados de membros da Prefeitura de São Paulo intensificaram os contatos com o Liberty Media, grupo dono da Fórmula 1. O contrato em vigor para realização do GP do Brasil termina neste ano e embora o interesse da categoria fosse levar no ano que vem a prova para o Rio de Janeiro, a candidatura paulista ganhou força. O empreendimento carioca orçado em R$ 700 milhões pretende construir um autódromo em Deodoro, mas a obra ainda depende de liberação ambiental para começar.
Como antecipado nesta segunda-feira em primeira mão pelo <b>Estadão</b>, a categoria divulgou nesta terça o calendário provisório de provas para 2021. A etapa brasileira está marcada para 14 de novembro, em Interlagos, porém está listada com a observação de que depende de questões contratuais para ser confirmada. Esse entrave é justamente o debatido no momento entre a Fórmula 1 e os promotores locais.
Ainda não foi revelada nenhuma informação sobre as condições financeiras apresentadas por São Paulo para manter a Fórmula 1. O projeto do Rio de Janeiro era o favorito justamente por ter se comprometido a pagar por ano cerca de R$ 325 milhões entre taxa de promoção e receita com ingressos VIPs. No ano passado, a cidade de São Paulo chegou a sinalizar uma proposta que chegou a somente um terço desse valor.
A Fórmula 1 pretende ter no próximo ano o número recorde de 23 GPs. A principal novidade é a entrada da Arábia Saudita no calendário. O Brasil recebe provas da categoria de forma ininterrupta desde 1973. O contrato atual previa a realização da etapa em Interlagos até neste ano, mas foi cancelado por causa da pandemia do novo coronavírus.
São Paulo deve ter até mesmo um outro promotor responsável pelo GP do Brasil. Há mais de 30 anos no cargo, Tamas Rohonyi deve sair e dar lugar a Alan Adler, do grupo IMM, que pertence ao fundo Mubadala, de Abu Dabi. Os dois não quiseram comentar o tema. A provável troca atende a um pedido da própria Fórmula 1 para se ter no comando do evento uma pessoa mais alinhada aos novos donos.
A tendência é Tamas continuar no projeto pela experiência em organizar provas. Responsável pelo GP do Brasil desde a década de 1980, o húngaro naturalizado brasileiro também atuou como promotor dos GPs de Hungria e Portugal nos anos 1980 e 1990. Adler também tem experiência em eventos, em especial como organizador do torneio de tênis Rio Open.