Noticia-geral

São Paulo e Minas buscam elevar receita para tirar gastos com pessoal do limite

Detentor do maior orçamento estadual, São Paulo foi um dos Estados que entraram no limite de alerta sobre gastos com pessoal, segundo a definição da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nos 12 meses encerrados em abril, foram gastos com salários e outros benefícios 45,8% da receita corrente líquida – aumento expressivo em relação aos 42,3% registrados no mesmo período do ano anterior.

Quando um governo passa a gastar mais de 44,1% da receita líquida com servidores, a lei determina que o Tribunal de Contas do Estado emita um alerta, para que a situação seja controlada. Segundo o órgão, isso deve acontecer em breve.

O secretário da Fazenda de São Paulo, Renato Villela, afirma que a principal causa dessa situação é a desaceleração da economia, que provoca queda de arrecadação. “Nos primeiros cinco meses do ano, a receita de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) caiu 4,5% em termos reais, em comparação com o mesmo período de 2014”, disse. Mas também houve aumento de gastos, provocado por reajustes e recomposições salariais, além de contratação de concursados.

Segundo o secretário, o governo não chegava a esses níveis de comprometimento da receita com salários desde o início dos anos 2000, quando foi aprovada a Lei Responsabilidade Fiscal. Para Villela, a conjuntura mudará quando houver recuperação da atividade econômica, o que fará crescer o bolo tributário. “Mas não estamos vendo isso no horizonte”, ressalvou.

Minas

Em Minas Gerais, existe o risco de o Estado já atingir o chamado limite prudencial, que é de 46,55%. O porcentual de gasto com pessoal atualmente é de 45,82%, dentro do limite de alerta. São Paulo e Minas estão entre as 22 unidades da Federação sob ameaça de enquadramento nas regras da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O governo mineiro trabalha em duas frentes para contornar os problemas financeiros e ainda cumprir o aumento salarial de 31,78% prometido aos professores. A folha de pagamento da categoria soma cerca de R$ 20 bilhões por ano, aproximadamente a metade de todo o gasto do Estado com o funcionalismo público.

Uma das decisões, segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, foi a de intensificar a cobrança judicial de dívidas do ICMS. O Estado tem hoje cerca de R$ 50 bilhões a receber de empresas sonegadoras do imposto.

A outra iniciativa é a realização de uma auditoria na folha geral do Estado. “Acreditamos que existam valores que não deveriam estar sendo pagos”, diz Magalhães. A maior parte seria de benefícios não devidos. O secretário acredita que, ao fim do levantamento, o governo conseguirá reduzir os pagamentos em ao menos R$ 2 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posso ajudar?