O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas, se comprometeu nesta quinta-feira, 19, durante sabatina do <b>Estadão</b>, a terminar o mandato caso seja reeleito. Os dois últimos prefeitos do seu partido, José Serra e João Doria, deixaram a Prefeitura, em 2006 e 2016, respectivamente, para concorrer ao governo do Estado.
"Se eu for reeleito, só volto a ser candidato em 2026", disse Covas, após ser questionado sobre especulações em torno de seu nome para o Palácio dos Bandeirantes, caso Doria concorra mesmo à Presidência. "Não há a menor perspectiva de candidatura em 2022, já deixei bem claro isso ao partido. Já está todo mundo consciente em relação a esse tema."
Questionado por não ter uma "marca" para sua gestão, como uma obra grandiosa, por exemplo, Covas disse que sua administração tem "responsabilidade fiscal". "Quem tem marca é cerveja", disse. "Político precisa ter responsabilidade. Nossa gestão foi marcada pela responsabilidade fiscal e boa gestão do recurso público", afirmou.
O tucano não soube responder qual é o custo do seu plano de governo. "Mantendo esse valor de investimento de R$ 4,5 bilhões, a perspectiva é realizar esse plano de governo, que foi elaborado pensando em orçamento mantendo o nível de investimento. Não tenho os valores totais, globais, mas depois posso mandar para vocês", afirmou Covas na sabatina.
A reportagem entrou em contato com a campanha de Covas que, até a conclusão desta edição, não havia informado o custo do plano de governo.
<b>TARIFA DO ÔNIBUS</b>
Sobre a possibilidade de aumento na tarifa do ônibus municipal, Covas disse que isso ainda está indefinido e depende de negociação com o governo do Estado – historicamente, as passagens de ônibus, metrô e trem têm o mesmo valor. "Essa é uma discussão que ainda vai ser feita em parceria com o governo do Estado", disse. A definição deve ocorrer em dezembro. Anteontem, Guilherme Boulos (PSOL) havia dito, também na sabatina do Estadão, que não pretende aumentar a tarifa do ônibus caso seja eleito.
<b>IPTU</b>
Embora não tenha se comprometido com a tarifa de ônibus, o prefeito afirmou ontem que não haverá aumento do Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU). "A gente já conseguiu ajustar as contas para não ter aumento de IPTU nem mesmo pela revisão da inflação que foi feita ao longo dos últimos anos." Covas também foi perguntado sobre a viabilidade da proposta de Guilherme Boulos para o IPTU, que visa a aumentar as faixas de isenção e aumentar a arrecadação dos imóveis mais caros. O prefeito afirmou que o imposto já é progressivo na cidade e cerca de 50% da população é isenta ou paga menos.
<b>DÍVIDA ATIVA</b>
Covas afirmou que a Prefeitura conseguiu recuperar R$ 6,2 bilhões na dívida ativa desde 2016. "Mesmo com as dificuldades, ampliamos em 25% a recuperação da dívida ativa na cidade. Chegamos a R$ 6,2 bilhões em quatro anos", disse.
<b>MORADIA</b>
Covas disse que pretende reservar R$ 900 mil no orçamento do ano que vem para tratar de reurbanização de favelas. O tucano também foi questionado sobre a diferença entre o número de casas que afirma ter construído em sua propaganda (25 mil) e o que a Prefeitura diz ter entregue (13 mil). Covas respondeu que parte das novas unidades habitacionais foi feita pela iniciativa privada, via incentivos concedidos pela administração municipal. "Zeramos IPTU e ITBI para faixa 1 (mais pobres), então viabilizamos a construção dessas unidades para atender quem mais precisa de unidade habitacional. (Essas casas) só foram construídas pela iniciativa privada porque isso foi viabilizado pela Prefeitura."
<b>DINHEIRO EM CAIXA</b>
Durante a sabatina, Covas foi questionado sobre um valor de aproximadamente R$ 8 bilhões em caixa que poderiam ser aplicados em investimento pela Prefeitura. Ele disse que a alternativa não é válida e seria equiparável a entrar no "cheque especial". "É como tomar empréstimo do banco. Teria que devolver depois. Não há milagre, dinheiro que caia do céu do ponto de vista de gestão de recurso público."
<b>BASE DE APOIO</b>
Apoiado pela maior parte dos partidos do Centrão, como Solidariedade, Republicanos e PL, Covas disse que ainda não discutiu a distribuição de cargos com sua base aliada. Ele afirmou que o apoio recebido não será necessariamente compensado com secretarias municipais ou subprefeituras. "Eu não loteei um futuro governo nem com os partidos que me apoiaram no primeiro turno, muito menos agora com os partidos que me apoiaram no segundo turno", disse o candidato.
<b>ANTIPETISMO</b>
Sobre a onda antipetista, Covas afirmou que não faria esse tipo de abordagem. "O importante é cada um seguir a sua linha, a coerência. A população não aceita que seja de uma forma na eleição, e de outra na próxima", afirmou o prefeito.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>