Estadão

Se vier 0,8% de déficit primário em 2024 está dentro das expectativas do mercado, diz Galípolo

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 9, que um déficit de até 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 já está precificado pelo mercado financeiro, mas que é importante que o governo siga perseguindo a meta de primário neutro. A afirmação foi realizada durante participação da LiveBC, programa semanal da autoridade monetária, que nesta segunda-feira, explica como é executada a política monetária para controlar a inflação.

Galípolo ponderou que o tema fiscal pesa para a desancoragem das expectativas, mas que é preciso analisar a coerência entre o resultado fiscal do próximo ano, taxa de juros, inflação e outros indicadores, que precisam dialogar.

Nesse sentido, ele avaliou que embora a meta do governo seja zerar o déficit no próximo ano, o mercado já está precificando que o resultado fiscal no próximo ano será de 0,8% do PIB, como mostra a pesquisa Focus.

"Mesmo que não venha o (resultado) zero, que é a meta do governo, se vier qualquer coisa dentro do que já está no 0,8%, está dentro da expectativa do mercado. Num jargão, eu poderia dizer que esse déficit de 0,8% está no preço, porque tem que dialogar e ter coerência com as demais variáveis", avaliou Galípolo.

O diretor do BC argumentou que a preocupação fiscal viria se o déficit ficar acima desse patamar e com o funcionamento do arcabouço fiscal, que tem uma série de gatilhos para contingenciamento no caso de descumprimento da meta.

"De maneira mais prática seria observado em março, com primeiro relatório bimestral. E é muito ruim carregar essa desconfiança até março, por isso a equipe econômica vem reafirmando o compromisso com o déficit zero e o Banco Central também colocou em seu comunicado (do Copom) a importância de perseguir essa meta zero", disse Galípolo.

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