O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comemorou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 14,25% sem viés. Para o petista, uma eventual elevação da taxa básica de juros da economia passaria um “sinal péssimo” e iria contribuir para aumentar a recessão por que atravessa o País.
“Ia ser uma barbeiragem no meio de recessão de dois anos aumentar a taxa de juros. Foi uma decisão sensata”, disse o senador, ao citar que mesmo os economistas liberais estavam divididos sobre a conveniência de se aumentar a Selic para tentar reduzir a inflação no País, que encerrou 2015 em 10,67%, conforme o IPCA.
O senador disse não considerar menor o fato de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter revisado na terça-feira, 19, a queda do PIB do Brasil de 1% para 3,5% este ano. O presidente do Banco Central BC), Alexandre Tombini, divulgou nota logo após a manifestação do FMI dizendo que considerava “significativa” a revisão feita pelo fundo. O mercado, que inicialmente apostava numa alta da Selic de 0,5 ponto porcentual, passou a reavaliar sua projeção para aumento de apenas 0,25 ponto porcentual ou manutenção da taxa – o que ocorreu nesta quarta-feira, 20.
“De qualquer maneira ia ter chiadeira neste momento, não dá para subestimar o comunicado do FMI”, disse Lindbergh. “Mais importante se o mercado vai achar que houve interferência na decisão, é o mundo real, a produção”, frisou.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), por outro lado, criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Para o parlamentar, a decisão representa a manutenção da mesma política de juros que “asfixia a economia nacional”.
“O ideal seria que tivesse diminuído”, afirmou o parlamentar. Ele ressaltou que o atual nível da Selic tem sido um dos principais inibidores do crescimento da economia brasileira, pois dificulta investimentos, aumentando o desemprego. “Foi mais uma sinalização ruim de um governo perdido”, disparou.
Carta
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que o Banco Central exorbitou de suas atribuições ao responder, por meio de nota, a relatório divulgado pelo FMI. Para Jucá, a nota assinada pelo presidente do BC é “desnecessária”, mas ressalvou não ser o caso de ele ir ao Senado se explicar. “A nota do Tombini é desnecessária. Quem, em tese, tem que responder ao FMI é o Ministério da Fazenda ou o governo”, disse Jucá ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. “Ele quis ajudar, mas se expôs sem necessidade”. Para o peemedebista, mais importante do que o resultado do Copom é o governo buscar saídas para as crises conjuntural e estrutural por que o País passa. Ele defendeu que o Executivo precisa, primeiro, fazer um ajuste fiscal de forma a criar condições para redução dos juros. “O cidadão não aguenta mais essa taxa de juros”, disse.