Os preços do setor de serviços subiram 0,20% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), menos do que a alta de 0,72% verificada em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira, 10. Boa parte do alívio veio da queda de 23,37% nos preços das passagens aéreas.
“As empresas estão fazendo muitas promoções, até por conta da redução do consumo e da renda, que está segurando um pouco. Mas é um item muito volátil, pode ter sido um efeito pontual”, afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Em 12 meses, contudo, os serviços continuam subindo. A alta média chegou a 8,22% até maio, e a maioria dos itens acumula aumentos superiores a 8% no período.
“Com as ações que estão sendo tomadas, era para que os serviços estivessem cedendo um pouco mais. Mas há outras pressões também, pode ser que (o efeito de desaceleração da) renda ainda não tenha atingido o setor de serviços”, ponderou Eulina.
“Brasil viveu um momento de renda subindo mais forte. Agora não está assim, mas não vemos isso atingindo serviços. Além disso, tem os preços de que estamos falando, um custo maior com energia, com taxa de água e esgoto, com aluguel. Não sabemos até quando o setor de serviços vai conseguir cobrir esses custos ou se vai mostrar algum arrefecimento”, acrescentou.
Ainda que se mantenham em patamar elevado, os serviços acumulam no ano um aumento menor do que a inflação média. Isso porque “a inflação em 12 meses é uma inflação de administrados, sobretudo energia elétrica”, disse a coordenadora.
Em maio, os preços de administrados subiram 1,23%, contra alta de 0,78% no IPCA de abril. Pressionaram o índice energia elétrica (2,77%) e taxa de água e esgoto (1,23%). Em 12 meses, os monitorados acumulam avanço de 14,11%.