O comércio registrou queda das dívidas em atraso em maio, segundo informaram a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com as entidades, houve diminuição de 0,29% do volume atrasos no mês passado na comparação com maio de 2014.
A variação geral foi de uma alta de 6,70%, com destaque para as contas de água e luz (13,31%) e comunicação (12,02%). No segmento de bancos, o aumento das pendências nessa mesma base de comparação foi de 10,10%.
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, lembrou que o comércio consegue “fugir” de atrasos por conta de alguns pontos, como o uso do cartão de crédito, que leva a inadimplência para os bancos, o pagamento à vista pelo produto e financiamentos próprios, com taxas de juros mais baixas do que a das instituições financeiras.
A economista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti, salientou, no entanto, que a piora da inadimplência e das dívidas em atraso – que são contabilizadas em um prazo menor – pode ser atribuída à deterioração dos indicadores macroeconômicos. “É isso que está fazendo com que o consumidor fique cada vez mais inadimplente. O Brasil não vive uma inflação de demanda, mas tem problema de produtividade por trás. Queremos crescer de verdade e não apenas por um ano ou dois”, considerou.
De acordo com ela, sazonalmente, os indicadores de maio para dívidas em atraso e inadimplência são mais negativos do que os dos meses anteriores, mas este ano essa sazonalidade foi potencializada. “O cobertor está curto por conta da inflação e pagar dívidas está cada vez mais difícil”, considerou. Mesmo assim, enfatizou, o comércio tem mostrado inadimplência mais bem comportada do que o restante das atividades.