Em protesto contra o reajuste salarial de apenas 2% sancionado pelo governo Lucas Sanches, servidores públicos de Guarulhos realizam nesta quarta-feira (14) o terceiro dia de greve na cidade. Com ampla adesão, centenas de trabalhadores participam de uma passeata que saiu do Paço Municipal, no Bom Clima, e segue até a Secretaria de Educação, no Macedo.
Desde segunda-feira (12), os servidores têm promovido os atos, liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Stap). No primeiro dia, a concentração ocorreu em frente ao Paço. Na terça (13), o protesto foi realizado na avenida Tiradentes, uma das principais vias do Centro da cidade.
O projeto de lei que oficializou o reajuste foi aprovado pela Câmara na última quinta-feira (9), em duas sessões extraordinárias, com apoio de 23 vereadores. Dez parlamentares votaram contra e um se absteve. A proposta foi enviada pelo prefeito Lucas Sanches (PL), contrariando as reivindicações dos servidores, que pedem 8% de aumento nos salários e 20% nos auxílios, como cesta básica e vale-alimentação/refeição. A inflação acumulada nos últimos 12 meses, segundo o IPCA, é de 5,48%.
Uma emenda da oposição que propunha reajuste maior foi rejeitada pela maioria do Legislativo.
Governo Lucas vai à Justiça contra servidores, mas TJSP considera greve legal
Ontem, o Stap informou que a Prefeitura acionou o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para declarar a greve ilegal. No entanto, o Judiciário decidiu pela legalidade do movimento, determinando que 70% dos servidores mantenham as atividades.
O GWeb apurou que muitas escolas municipais de Guarulhos estão com o atendimento prejudicados, devido à falta de professores e merendeiras. Em algumas UBS, devido à falta de profissionais, as farmácias estão fechadas, o que atrapalha a distribuição de medicamentos.
Diante da ação da administração de Lucas, o vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Beretta da Silveira, determinou em seu despacho que “o direito de greve está previsto em norma constitucional de eficácia limitada”, ressalvando que a prestação de serviços públicos essenciais não pode sofrer interrupções. Determinou que 70% dos servidores de Guarulhos sigam atuando.