O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, afirmou nesta segunda-feira, 13, que a estimativa é manter até 3 mil empregos com o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) – a base do sindicato tem 90 mil trabalhadores. Segundo ele, o montante é significativo, mas poderia ser ainda maior. “A Fazenda lutou muito contra esse programa”, disse, ao lado do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. “Se tivesse saído antes protegeria mais do que os três mil que estou estimando.”
Segundo Marques, a expectativa de adesão é positiva e diversas empresas da cadeia já procuraram o sindicato para conhecer melhor o programa. “Seguramente as empresas vão aderir”, disse. O Programa de Proteção de Emprego permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com uma complementação de 50% da perda salarial pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O sindicalista citou a Mercedes como uma das interessadas e disse que o programa pode solucionar o impasse entre empresas e trabalhadores. “Se já houvesse o PPE talvez poderíamos ter chegado a um acordo”, disse. No início do mês, trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP) não aceitaram a proposta feita pela empresa de redução da jornada de trabalho em 20% e dos salários em 10% por um ano. O plano, defendido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, teria como contrapartida a garantia de empregos também por um ano.
Marques citou ainda a Volkswagen, que mostrou interesse, mas que, por ter parte dos trabalhadores com contratos suspensos (lay-off), deve demorar um pouco mais para aderir. “Com o PPE vamos fazer propostas e negociar com as empresas”, disse Marques.
Em nota, a Volkswagen informou nesta segunda-feira que “está analisando e aguardando a completa regulamentação do Programa de Proteção ao Emprego para tomar uma decisão” em relação à adesão ao programa.
Demissões na GM
Apesar de não responder pelos trabalhadores da General Motors, Marques criticou as recentes demissões na montadora e disse que ela está sendo precipitada em não querer aderir ao PPE. “O plano está bastante satisfatório, cabe bem na conjuntura como essa que estamos vivendo. Se fosse do sindicato de São Caetano, iria exigir que a GM revisse as demissões”, disse. “A GM está sendo precipitada.”
A General Motors anunciou a demissão de 400 trabalhadores da fábrica de São Caetano do Sul (SP). Boa parte está no grupo de 819 funcionários que estão com contratos suspensos (lay-off) desde novembro.