A Sony anunciou na E3, maior evento de games do mundo, que passará a montar seus consoles de videogames PlayStation 4 no Brasil. A operação será feita em parceria com a empresa Flextronics – a mesma que monta o console Xbox, da rival Microsoft, no País -, e contará com o benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. O objetivo é reduzir o preço do PS4 nas lojas (vendido hoje por até R$ 3 mil), tornando-o mais competitivo com o do Xbox One, encontrado por menos de R$ 2 mil.
Os consoles montados localmente deverão chegar às lojas brasileiras com valor reduzido em outubro deste ano. Quanto à expressividade dessa redução, o responsável por PlayStation no Brasil, Anderson Gracias, evita dar detalhes. “Seria imprudente falar qualquer coisa agora porque ainda faltam quatro meses. Tem muita coisa que pode acontecer na economia, para cima ou para baixo”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
“Apesar do produto ser montado no Brasil, o dólar continua tendo impacto porque todos os componentes são importados”, explica o executivo, que supervisiona as operações relacionadas a games no País para a empresa. Mesmo assim, segundo ele, “comparado com o produto importado, a redução pode ser considerável.”
Com esse passo dado, o Brasil passará a ser o segundo país a fabricar PlayStation 4 no mundo, depois da China.
“Cada dia que passa o Brasil se torna mais importante para a PlayStation. O gamer brasileiro foi ouvido pela nossa matriz. Isso mostra a importância do País e o nosso foco nesse mercado no mesmo momento que alguns estão se recolhendo e tomando direções contrárias”, disse Gracias.
Em janeiro, a Nintendo anunciou o fim das suas operações de distribuição no Brasil dizendo que, apesar de ser “um mercado importante” para a empresa japonesa de games, “desafios no ambiente local de negócios” tornaram seu modelo de distribuição “insustentável”. “Esses desafios incluem as altas tarifas sobre importação que se aplicam ao nosso setor e a nossa decisão de não ter uma operação de fabricação local”, disse na época o diretor da Nintendo para América Latina, Bill van Zyll.
Prejuízo
No ano em que o PS4 chegou ao Brasil, em 2013, por R$ 4 mil, o diretor da Sony para América Latina, Mark Stanley, disse ao Estado, que achava o preço “horrível” e que a empresa estava “perdendo dinheiro lançando o PlayStation 4 no Brasil”. Já em 2014, Anderson Gracias afirmou que a decisão de trazer o console, mesmo com preço mais alto, estava baseado na ideia de não “ignorar o País”, e trouxe resultados surpreendentemente positivos.
“É um sonho antigo meu o de trazer, eu já vinha trabalhando nisso há muito tempo”, diz, hoje, Anderson Gracias, satisfeito com a recepção da notícia divulgada inicialmente.
A produção nacional do PS4, no entanto, não deve gerar qualquer impacto nos preços dos jogos atuais, nem do console anterior, produzido no Brasil desde maio de 2013 (dois anos depois do início da produção do Xbox 360 no País). Jogos, aliás, tem chegado ao varejo com preço muito acima do esperado pela Sony. “Hoje, o lançamento de um game triple AAA (como a empresa classifica as grandes produções) sai por R$ 199. Mas tem gente vendendo por R$ 249 ou até R$ 299. Estamos brigando para manter nossa estratégia de preço independente da deles.” Nos Estados Unidos, um jogo do mesmo nível é vendido por cerca de US$ 60 (R$ 187, sem impostos). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.