Estadão

Spirit chega em nova versão

Walt Disney foi muitas vezes criticado pelo tom adocicado de suas produções, mas só louco para negar que ele deu extraordinária contribuição ao desenvolvimento da animação. Quando Disney morreu, em 1967, seu estúdio continuou ativo, e inovador. Em 1991, a Bela e a Fera dançaram no computador, iniciando uma nova era. Em 2002, outro grande estúdio, a DreamWorks, contou a história de Spirit, o Corcel Indomável.

Uma animação de western, a ligação do garoto pele-vermelha com o cavalo selvagem. Realizado por um casal de diretores, Kelly Asbury e Lorna Cook, o filme beneficiava-se das novas tecnologias. A par das amplas panorâmicas que descortinavam a beleza das paisagens do Oeste, eram impressionantes os movimentos que a câmera descrevia para, partindo do alto, se colar às patas dos cavalos para filmar as cavalgadas. Uma nova versão – um reboot? – da história de Spirit, pela DreamWorks, chegou às salas dos cinemas na quinta, 10. É inovadora. Assinada por uma mulher, Elaine Bogan, adota o ponto de vista feminino. Boa parte da equipe é de mulheres.

Começa num circo, com a apresentação de um número arriscado. A artista realiza prodígios no lombo do cavalo, mas ocorre um acidente e ela morre, deixando órfã a menininha que segue a apresentação com o pai. A perda dolorosa o leva a fechar-se. A menina é criada em segurança pelo avô, mas é traquinas. Outro tipo de acidente a devolve ao convívio com o pai. No trem, a atenção de Lucky Prescott – seu nome – vai para o corcel indomável que corre paralelamente ao cavalo de ferro.

O novo Spirit é só O Indomável. Na trama, um grupo de malfeitores consegue prender a cavalhada liderada pelo corcel. Os animais serão vendidos. A menina ganha ajuda de duas amiguinhas para, montada em Spirit, atravessar um território inóspito e libertar os cavalos. A mesma história, mas diferente. De novo as gruas e panorâmicas que descortinam o território do alto. Spirit segue indomável, Lucky tenta a aproximação. Elaine coloca a câmera rente ao chão. Dois passinhos para lá, dois para cá. Lucky e Spirit realizam uma espécie de dança, até que ele aceite ser montado. Não deixa de ser uma linda história de afeto. A menina e o pai, a menina e o corcel. No fecho, Lucky toma uma posição que mostra que amadureceu. Vale a pena participar dessa aventura. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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